Um novo teste feito ao primeiro-ministro britânico deu resultado negativo de infeção com a covid-19, o que permitiu a saída do hospital onde esteve internado durante uma semana.
“Dizem que é uma prática normal no hospital fazê-lo. E os resultados deram negativo“, disse o porta-voz, James Slack, no encontro diário com correspondentes de política acreditados junto do Downing Street, a residência oficial do chefe do Governo.
O porta-voz confirmou que Boris Johnson está em Chequers Court, a residência de campo, a recuperar, não existindo uma data para o seu regresso ao trabalho, embora tenha falado durante o fim-de-semana com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, designado para chefiar o Executivo durante a sua ausência.
O primeiro-ministro britânico recebeu alta no domingo do hospital St. Thomas, em Londres, onde esteve internado desde 5 de abril, incluindo três noites nos cuidados intensivos.
Hospitalizado 10 dias após a confirmação de contágio, inicialmente foi comunicado que esta era uma medida “por precaução” para fazer testes devido a “sintomas persistentes” da doença, tendo sido revelado depois que necessitou de apoio respiratório com oxigénio.
A 6 de abril, passou para a unidade de cuidados intensivos, mas o Governo garante que não foi necessário o uso de ventilador, e regressou à enfermaria normal a 9 de abril.
Num depoimento tornado público no sábado à noite, Boris Johnson, agradeceu aos profissionais de saúde que o trataram, acrescentando: “Devo-lhes a minha vida”.
No domingo, após sair do hospital, publicou um vídeo onde reconheceu que esteve em risco de vida e nomeou alguns dos médicos e enfermeiros que o assistiram, com destaque para, entre outros, Luis Pitarma, português, de 29 anos, natural de Aveiro.
O enfermeiro português foi, entretanto, contactado pelo Presidente da República. “Marcelo Rebelo de Sousa já transmitiu pessoalmente o seu agradecimento ao enfermeiro Luís Pitarma, e, na sua pessoa, agradece também o empenho de todos os profissionais de saúde portugueses que em Portugal e em todo o mundo estão a prestar uma ajuda decisiva no combate à pandemia”, lê-se numa nota divulgada, este domingo, no site da Presidência.
Luís Pitarma formou-se na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, tendo realizado um ano de Erasmus na universidade de Lathi, na Finlândia.
Em 2016, começou a trabalhar em Londres, onde passou por três unidades de saúde antes de ser recrutado para o grupo hospitalar de Guy e St. Thomas, onde é enfermeiro especializado em cuidados intensivos, em particular ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal), segundo informação do próprio nas redes sociais.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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