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Intercetada nova carta para amante de Rosa Grilo

António Pedro Santos / Lusa

Uma nova carta destinada ao amante de Rosa Grilo, que se encontra em prisão preventiva por suspeitas de ser a co-autora do homicídio do triatleta Luís Grilo, foi intercetada pelo estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária (PJ).

Segundo noticia o Correio da Manhã esta terça-feira, a cadeia pensa que a carta foi escrita e enviada a pedido de Rosa Grilo.

Depois de ler a carta, e face às suspeitas em relação à mulher do triatleta assassinado, o Ministério Público (MP) considerou que o documento continha informação relevante e mandou apreender o documento de forma a verificar “se existe alguma prova ou o eventual acréscimo de alguma linha de investigação que importe encetar e que possa contribuir para o cabal e pormenorizado esclarecimento da verdade dos factos”.

Segundo a magistrada que está responsável pela investigação, citada pelo CM, a insistência de Rosa Grilo em defender que o marido foi morto por três pessoas “de identidade não completamente apurada” pode levar a que a mesma tente consolidar essa tese, “não obstante tal defesa resultar muito fragilizada pela demais prova recolhida”.

Desde que foi presa, a 29 de setembro, a viúva tem enviado várias cartas a meios de comunicação, a antigos inspetores da Polícia Judiciária e, em novembro, uma primeira carta para António Joaquim que foi intercetada pela diretora do estabelecimento prisional de Tires.

Depois de ter, alegadamente, agredido um guarda prisional e recusado entregar uma carta que escrevia para a comunicação social, Rosa Grilo foi proibida de ter papel e caneta na sua posse, de acordo com o Observador.

O conteúdo das duas cartas não é conhecido e só será divulgado quando a acusação for deduzida e o processo for aberto às partes. António Joaquim pediu um recurso a questionar a apreensão das cartas e a decisão da medida de coação que o proíbe de contactar com Rosa Grilo, alegando que o MP nunca considerou a hipótese de as cartas o poderem ilibar.

Luís Grilo, de 50 anos, residente em Cachoeiras, no concelho de Vila Franca de Xira, desapareceu a 16 de julho sem deixar rasto depois de sair para um treino de bicicleta.

O corpo foi encontrado com sinais de violência mais de um mês depois do desaparecimento e em adiantado estado de decomposição, no concelho de Avis, distrito de Portalegre, a mais de 130 quilómetros da sua casa. A PJ adiantou que o homem terá sido assassinado com um tiro na cabeça.

Quando o corpo de Luís Grilo foi encontrado, o Laboratório de Polícia Científica conseguiu ligar Rosa Grilo ao crime, com a descoberta de vestígios de ADN no saco de plástico que cobria a cabeça do falecido.

Rosa Grilo, mulher do triatleta, foi detida por suspeita de ter mandado matar o marido. O outro detido é António Joaquim, de 42 anos, com quem a viúva teria uma relação amorosa e seu alegado cúmplice. Ambos estão indiciados pelo crime de homicídio qualificado e profanação de cadáver.

A PJ também encontrou vestígios de sangue no quarto do casal, na moradia onde viviam. Além disso, o tapete onde Luís Grilo foi encontrado morto, seria idêntico a um conjunto de tapetes do quarto do casal.

ZAP //

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