O Presidente da República afirmou hoje que o incêndio no distrito de Leiria que matou pelo menos 62 pessoas é “uma tragédia quase sem precedente na história do Portugal democrático”, e provoca uma dor sem medida.
“A nossa dor neste momento não tem medida, como não tem medida a nossa solidariedade, a solidariedade de todos nós para com os familiares das vítimas da tragédia de Pedrógão Grande”, declarou o chefe de Estado, numa comunicação ao país, a partir da Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “uma só morte em tais circunstâncias é sempre uma tragédia, mas tantas dezenas de mortos representam uma tragédia quase sem precedente na história do Portugal democrático“.
“Nesta hora, há também interrogações e sentimentos que não podem deixar de nos angustiar, a começar por um sentimento de crescida injustiça, porque a tragédia atingiu aqueles portugueses de quem menos se fala, de um país rural, isolado, com populações dispersas, mais idosas, mais difíceis de contactar, de proteger e de salvar”.
“Guardemos, contudo, no imediato, este e outros sentimentos que legitimamente nos sobressaltam, inconformistas que somos, no mais fundo do nosso coração”, pediu.
“Sem os esquecermos, concentremos agora a nossa vontade no essencial: prosseguir o combate em curso, manter e alargar de forma ativa e consequente a nossa solidariedade a todos quantos sofreram e ainda sofrem a tragédia, demonstrando que nos instantes mais difíceis da nossa vida como nação, somos como um só, por Portugal”, acrescentou.
O Presidente da República expressou “gratidão” e “incondicional apoio” a todos os que estão envolvidos no combate ao incêndio e no apoio às populações atingidas, “bombeiros, Proteção Civil, INEM, Guarda Nacional Republicana, Polícia Judiciária, Forças Armadas, autarquias locais, estruturas de saúde e sociais, povo anónimo”.
“Com eles estarei nos próximos dias, a partir já desta segunda-feira”, adiantou.
O Presidente promulgou o decreto do Governo que declara luto nacional por 3 dias, pelas vítimas do incêndio no distrito de Leiria, anunciou a Presidência da República, numa nota enviada à agência Lusa.
“Em consequência, toda a programação dos próximos dias da agenda presidencial foi anulada e a bandeira nacional está a meia haste no Palácio de Belém”, refere a nota.
62 mortos. Incêndio alastra
Entretanto, o número de mortos no incêndio que atinge Pedrógão Grande e outros dois concelhos do distrito de Leiria aumentou para 62, adiantou a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. O balanço anterior era de 61 vítimas.
Segundo a governante, o incêndio já alastrou para o distrito de Castelo Branco, tendo entrado no concelho da Sertã.
Num ponto de situação aos jornalistas pouco depois das 20 horas, Constança Urbano de Sousa adiantou que o trabalho de remoção das vítimas mortais está “praticamente concluído”, estando os corpos a ser transportados para o Instituto de Medicina Legal de Coimbra.
Segundo a ministra, os 834 operacionais no terreno “estão a ser reposicionados” para combater durante a noite de forma eficaz este grande incêndio.
// Lusa
Incêndio em Pedrógão Grande
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Os responsáveis devem ser encontrados, amarrados em postes com mangueiras enfiadas no cu, mas não me surpreendia que, um dia, recebam uma ordem de mérito ou outra condecoração a condizer.
Triste país!
Alguém me diga porque é que não havemos de pensar que existe interesse em desertificar e acabar com os pequenos proprietários de floresta? E que isto que aconteceu até que daria um certo… Ah, porque não se pode pensar isso!! Pois é. É por essas espécies de atavismos que ninguém quer ver o filme. Mas o filme anda a ser rodado. Muito devagar, leva anos e anos e anos, tem de ser assim, para não ser percebido pelos interessados. Pressuposto 1 – moral existe: Só se aplica ao povinho, não às elites. Pressuposto 2 – defesa do povo: mesma coisa. Vote em quem o representa! É como um advogado, também o representa! Pena é que ele(a) ande a ser bem melhor pago pelo oponente e você às escuras a confiar, confiar, confiar… A terra sair das mãos dos privados e passar para o Estado. É o nome do jogo. Quem quiser que duvide. Depois de estar no Estado, bem,… é como a EDP.