No meio das preocupações crescentes com o mercado doméstico de petróleo do Canadá, protestos surgiram em partes do oeste do país, onde alguns manifestantes usaram coletes amarelos, inspirados no movimento francês.
Como os franceses, os manifestantes organizaram-se em páginas do Facebook e concentraram a sua fúria num imposto federal sobre carbono, mas as queixas incluem também projetos de gasodutos paralisados, demissões do setor petrolífero e as políticas liberais de asilo do governo.
O Canadá, quarto maior exportador de petróleo do mundo, foi duramente atingido por uma recente queda nos preços do petróleo e pela falta de oleodutos para transportar o petróleo bruto para os mercados, de acordo com o The Guardian.
Algumas empresas começaram a demitir trabalhadores, provocando receio de perdas de empregos potencialmente generalizadas na província rica em petróleo de Alberta, onde pelo menos 40 mil empregos foram perdidos durante o último crash do mercado de petróleo em 2014.
Na quarta-feira, um comboio de mais de mil camiões em Alberta passou pela cidade de Nisku, numa demonstração de apoio ao setor de energia. “Estamos em extrema necessidade. Muitas pessoas que perderam as suas casas e perderam as suas famílias “, disse Chad Miller, fundador da Oilfield Dads, um grupo que ajudou a organizar uma manifestação separada de mais de 1.500 pessoas.
Embora os preços globais do petróleo se tenham recuperado no último ano, o custo do petróleo permaneceu baixo devido ao excesso de oferta. O governo de Alberta disse que a diferença de preços está a custar à economia cerca de 59 milhões de dólares por dia nas receitas.
O protesto de domingo foi motivado pela revolta com as políticas federais de energia – incluindo o oleoduto Trans Mountain e a implementação de um imposto federal sobre o carbono como parte da estratégia das alterações climáticas do governo.
As discussões visam também a aprovação de um novo projeto destinado a promover a cooperação para garantir a migração segura entre os estados.
Alguns usavam coletes amarelos: roupas de segurança padrão dos trabalhadores nos campos, mas também o símbolo dos protestos franceses que começaram a revoltar-se com um imposto ambiental sobre combustível e se transformaram num movimento contra os baixos rendimentos e desigualdade.
O movimento francês está a ter impacto em vários outros locais do mundo. No Egito, as autoridades restringiram a venda de coletes amarelos com medo que a população replicasse o movimento. Já em Israel e em Portugal também já houve protestos, no quais os manifestantes envergavam coletes amarelos.