O escritor dinamarquês e norueguês Ari Behn, ex-marido da princesa Märtha-Louise, da Noruega, suicidou-se nesta quarta-feira, aos 47 anos. Behn era um dos acusadores de Kevin Spacey, tendo dito publicamente que o ator o assediou sexualmente.
“Com grande tristeza nos nossos corações, os mais próximos a Ari Behn anunciam que, hoje, ele pôs fim à sua vida“, afirmou Geir Hakonsund, agente do escritor nórdico, à AFP.
Nascido na Dinamarca, Ari Behn publicou o primeiro livro em 1999, uma coletânea de contos intitulada “Trist som faen” (“Triste como o destino”). Casou e teve três filhos com a princesa Märtha-Louise da Noruega, sendo que casal se divorciou em agosto de 2016. Dois anos depois, em 2018, publicou seu último livro, “Inferno”, no qual descrevia os seus transtornos mentais.
Amigos e personalidades norueguesas, como a família real ou a primeira-ministra Erna Solberg, manifestaram pêsames. “Ari foi uma parte importante da nossa família durante vários anos e guardamos connosco boas recordações dele“, declarou a Casa Real em comunicado. “Sentimo-nos gratos por o termos conhecido. Lamentamos que as nossas netas tenham perdido o seu amado pai”, acrescentaram.
Em dezembro de 2017, Behn fez manchetes ao acusar o ator Kevin Spacey de o ter apalpado depois de um concerto nas cerimónias do Prémio Nobel da Paz. O escritor disse que Spacey — que foi acusado por vários homens de assédio e abuso sexual na senda do movimento #MeToo — conversou com ele e apertou-lhe os genitais debaixo da mesa onde estavam sentados. O ator nunca respondeu às acusações.
A morte de Ari Behn ocorre um dia depois de Spacey ter voltado a publicar um vídeo no Youtube no qual parece interpretar a sua personagem na série “House of Cards”, Frank Underwood.
