Como um míssil na Polónia está a afastar Zelenskyy da NATO

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Oleg Petrasyuk / EPA

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy.

A queda de um míssil na Polónia está, pela primeira vez, a isolar Zelenskyy do Ocidente. O líder ucraniano defende que a Rússia está por trás do ataque.

Duas pessoas morreram esta terça-feira após um míssil russo ter atingido uma zona agrícola polaca na vila de Przewodów, que fica perto da fronteira com a Ucrânia.

Inicialmente, o Presidente da Polónia, Andrzej Duda, sublinhou que não havia “provas conclusivas” da autoria do disparo do míssil. Contudo, adiantou que era “altamente provável” que Varsóvia pedisse a ativação do Artigo 4.º da NATO — o passo anterior ao Artigo 5.º.

O Artigo 5.º da NATO dita que um ataque armado contra um ou vários países signatários do Tratado do Atlântico Norte é considerado um ataque contra todos.

Mais tarde, Andrzej Duda informou que o míssil que atingiu o seu território era ucraniano. Foi “provavelmente um incidente infeliz”, disse o líder polaco. O país optou, assim, por não acionar o Artigo 4º.

A NATO corroborou a posição da Polónia, considerando que o caso terá sido acidental e provavelmente era um míssil pertencente ao sistema ucraniano de defesa antiaérea.

“As averiguações ainda não foram concluídas”, salientou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, embora realce que tudo indique que se tenha tratado de um acidente.

“Não há qualquer indicação de que se trate de um ataque deliberado, nem temos indicação de que a Rússia tenha planeado qualquer ação militar ofensiva contra o território da NATO”, disse Stoltenberg, citado pelo Público.

Stoltenberg afastou o cenário de uma escalada da guerra e reiterou que a NATO não faz parte do conflito. O secretário-geral da NATO fez questão de reforçar que a Ucrânia não é culpada, visto que “tem o direito de abater os mísseis que são lançados contra as suas cidades e as suas infraestruturas”.

É a “Rússia que tem a responsabilidade” pelas duas mortes na Polónia, “por ter causado a guerra que cria estas situações perigosas”, defende Stoltenberg.

Entretanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reafirmou que o míssil era russo. “O míssil não era nosso, sem qualquer dúvida”, declarou Zelenskyy na televisão. “Julgo que era um míssil russo”.

Ainda no mesmo dia, noutro discurso, o líder ucraniano garantiu que a posição da Ucrânia no caso da queda do míssil é “transparente”.

Zelenskyy apelou para que seja permitido à Ucrânia fazer parte da investigação internacional e que os seus especialistas tenham acesso aos dados e ao local onde caiu o míssil.

Enquanto isso, a Rússia negou ter disparado um míssil sobre uma povoação polaca perto da fronteira com a Ucrânia, enquanto Varsóvia admitiu ser “altamente provável” que se tratasse de um projétil antiaéreo ucraniano.

Ainda esta tarde, a Casa Banca considerou que “nada contradiz” a tese pela qual o míssil que caiu na Polónia era proveniente da defesa ucraniana, apesar de atribuir as “últimas responsabilidades” à Rússia devido à invasão da Ucrânia.

Como escreve o Diário de Notícias, Zelenskyy está isolado pela primeira vez ao insistir na autoria russa do disparo.

“Aquilo de que há muito tempo avisámos aconteceu. O terror não se limita às nossas fronteiras nacionais. Já se espalhou para o território da Moldávia. E hoje [anteontem], os mísseis russos atingiram a Polónia, o território do nosso país amigo. Polónia, os estados bálticos… É apenas uma questão de tempo até que o terror russo vá mais longe. Temos de colocar o terrorista no seu lugar!”, disse o Presidente ucraniano na sua mensagem vídeo diária.

Do seu lado estão dirigentes da Estónia e da Lituânia, que lembraram à Polónia que iriam defender cada centímetro do território da NATO.

No entanto, o apoio dos estónios e dos lituanos é insuficiente para Zelenskyy. Todos os líderes ocidentais parecem receosos em acusar a Rússia da autoria do disparo do míssil, numa altura em que as provas indicam o contrário.

Daniel Costa, ZAP //

8 Comments

  1. Por enquanto a guerra nuclear global não nos ameaça. Os discípulos perguntaram a Jesus: “Conte para nós quando é que isso vai acontecer. Que sinal haverá para mostrar quando é que todas essas coisas vão começar?” (Marcos 13:4, NTLH Nova Tradução na Linguagem de Hoje) Jesus disse: “Vocês ouvirão falar de guerras e ameaças de guerras, mas não entrem em pânico. Sim, é necessário que essas [todas (incluindo anunciado em Daniel 11:29)] coisas ocorram, mas ainda não será o fim [τελος – neste contexto: cumprimento (do sinal)].” (Mateus 24:6, NVT)
    A guerra nuclear global (este será o cumprimento do sinal de Jesus) vai começar com um conflito étnico: “Porquanto se levantará nação contra nação” (como em 2008 na Geórgia). (Mateus 24:7)
    O profeta Daniel escreve: “No tempo designado [o rei do norte] voltará [as tropas russas voltarão para onde estavam anteriormente estacionadas. Isto também significa ação militar, grande crise, desintegração da União Europeia e da NATO. Muitos países do antigo bloco de Leste voltará à esfera de influência russa]. E entrará no sul [este será o início de uma guerra nuclear], mas não serão como antes ou como mais tarde [estas ações militares não conduzirão a uma guerra nuclear global. Esta guerra só começará após o retorno do rei do norte, e por causa do conflito étnico], porque os habitantes das costas de Quitim [o distante Ocidente, ou para ser mais preciso, os americanos] virão contra ele, e (ele) se quebrará [mentalmente], e voltará atrás”. (Daniel 11:29, 30a) Este será um abate mútuo. A “poderosa espada” também será usada. (Apocalipse 6:4) Jesus o caracterizou assim: “coisas atemorizantes [φοβητρα] tanto [τε] quanto [και] extraordinárias [σημεια] do [απ] céu [ουρανου], poderosos [μεγαλα] serão [εσται].” É precisamente por causa disso haverá tremores significativos ao longo de todo o comprimento e largura das regiões [estrategicamente importantes], e fomes e pestes.
    Muitos dos manuscritos contém as palavras “και χειμωνες” – “e geadas”.
    A Peshitta Aramaica: “וסתוא רורבא נהוון” – “e haverá grandes geadas”. Nós chamamos isso hoje de “inverno nuclear”. (Lucas 21:11)
    Em Marcos 13:8 também há palavras de Jesus: “και ταραχαι” – “e desordens” (a falta de ordem pública).
    A Peshitta Aramaica: “ושגושיא” – “e confusão” (sobre o estado da ordem pública).
    Este sinal extremamente detalhado se encaixa em apenas uma guerra.
    Mas todas essas coisas serão apenas como as primeiras dores de um parto. (Mateus 24:8)

    • Então se o Zelensky é um mentiroso compulsivo o que será o Putin que ainda se recusa a dizer que o que se passa na Ucrânia é uma guerra onde de resto já perdeu grande parte do seu armamento (já anda de mão estendida a pedir armamento ao Irão), perdeu grande parte dos seus militares (tanto é que teve de realizar um recrutamento alargado)…
      Ó Nuno… bebe menos, pá!

    • É um actor; palhaço que pôs o mundo em crise. Mas mais palhaço é quem lhe dá ouvidos. Tenho pena é das pobres pessoas que não tiveram dinheiro para sair do país e coitadas tudo o que têm passado. Mas isso agora alguns começam a ver!

  2. É verdade que Zelensky poderia ser um pouquinho mais cauteloso nas suas afirmações, mas daí até ser um mentiroso compulsivo vai uma enorme distância, então o que dizer do Putin? Mentiroso, ladrão, assassino e vamos ver o que mais, não necessitava de ter nascido, contudo, agora temos de partilhar o mundo com ele e seus lacaios, e vamos torcer para que ele não se lembre de carregar em algum botão.
    Penso que diplomáticamente não se está a fazer tudo o que seria recomendável, a China tem de assumir as suas responsabilidades na procura da paz no mundo, e os americanos têm de perder a mania de que são o povo escolhido e por conseguinte donos disto tudo.
    Muita sensatez é o que se pede nesta altura tão conturbada e perigosa.

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