Presidente da República destacou que é preciso solidariedade institucional, renovar a democracia e falou sobre a prioridade da União Europeia.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, focou-se no cenário internacional, na sua tradicional mensagem de Ano Novo, a partir do Palácio de Belém.
Marcelo disse na noite passada que a União Europeia deve “fazer tudo pela aliança com os Estados Unidos da América” e ao mesmo tempo manter-se unida e não descurar aliados.
“O que a União Europeia tem pela frente como desafios é primeiro tudo fazer pela aliança com os Estados Unidos da América, mas não contar só ou sobretudo com isso. Manter-se unida, não deixar cair alianças e aliados, preparar-se para uma situação complexa a leste, ganhar peso militar próprio, recuperar economicamente, corrigir o atraso no investimento, no conhecimento, no saber, em que tem perdido pontos com os Estados Unidos da América e com a Ásia e, finalmente, reformar os seus fragilizados sistemas económicos, políticos e sociais”, afirmou o chefe de Estado.
No início da sua comunicação, que durou cerca de oito minutos, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se ao plano internacional e aos desafios que a Europa enfrenta, defendendo que é preciso fazer tudo isto ao mesmo tempo e é “tudo difícil, mas tudo indispensável para a União Europeia se afirmar como uma potência global no mundo”.
Nesta que foi a oitava e penúltima mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa enquanto chefe de Estado, referiu que o que aconteceu em 2024 vai “determinar muito do que será o ano que hoje começou”.
“No mundo, mostrou que as duas principais guerras continuavam e se agravavam, e a recuperação das economias era fraca, apesar da descida dos preços e dos juros. Na Europa, as eleições de junho permitiram um alívio momentâneo a certos líderes e partidos no poder, mas muito curto, porque economias fortes continuavam a descer e governos dessas economias a caírem já ou a prosseguirem a sua queda lenta. A fechar o ano, as eleições norte-americanas deram o regresso a 2016, permitindo ao vencedor definir sobre a paz que quer, na Ucrânia como no Médio Oriente”, afirmou.
E colocou os possíveis cenários: “Uma paz justa, duradoura, respeitadora do direito internacional e do direito humanitário, e por isso da dignidade das pessoas? Ou uma paz injusta, precária, ignorando o direito e o respeito das pessoas e da sua situação humanitária?”.
O Presidente português considerou que o próximo Presidentre norte-americano, Donald Trump, terá de “escolher entre querer colaborar com a União Europeia ou dela querer afastar-se, com a Federação Russa e a China ganharem mais ou menos, consolante as posições americanas”.
“Mais aliança entre Estados Unidos da América e União Europeia na economia, na política, na Ucrânia, no Médio Oriente, é melhor para a Europa e é pior para a Federação Russa e para a China, menos aliança é melhor para a Federação Russa e para a China”, explicou.
Bom senso, democracia, pobreza
Mais a nível interno, o Presidente da República alertou para a necessidade de solidariedade institucional e cooperação estratégica em 2025, que garanta que o país tem estabilidade e previsibilidade no ano que hoje começa.
“Precisamos que o bom senso que nos levou a reforçar a solidariedade institucional e até a cooperação estratégica entre órgãos de soberania, nomeadamente Presidente da República e primeiro-ministro, prossiga, e que nos levou também a aprovar os orçamentos 2024 e 2025, continue a garantir estabilidade, previsibilidade e respeito cá dentro e lá fora”, afirmou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que é preciso “renovar a democracia, não a deixar envelhecer”, no que toca à “juventude, no papel da mulher, no combate à corrupção, na construção da tolerância e do diálogo, na recusa da violência pessoal, doméstica, familiar e social, na capacidade das forças políticas, económicas e sociais, mas também do sistema de justiça, mas também na administração pública, para se virarem para o futuro, para melhor servirem a comunidade”.
O Presidente da República pediu mais combate à pobreza, afirmando que “a pobreza, os dois milhões de portugueses, é um problema de fundo estrutural que a democracia não conseguiu resolver”.
Apontando que em 2024 Portugal assinalou os 50 anos da revolução de 25 de Abril de 1974 e o centenário do nascimento de Mário Soares, o chefe de Estado afirmou que os portugueses não querem “perder nem liberdade nem democracia”, mas perceberam que “um ciclo se fechou, de 50 anos, e evocar Abril é olhar para o futuro, não é repetir o passado“.
“Precisamos de mais igualdade social e territorial, precisamos de ainda mais educação, de melhor saúde, de melhor habitação. Para isso precisamos de qualificar mais os recursos humanos, inovar mais, competir com mais produtividade, continuar a antecipar e bem no domínio da energia limpa, no domínio do digital, na tecnologia de ponta, mas não deixar que se aprofunde o fosso, a distância, entre os jovens que avançam e os que o não podem fazer, entre os jovens que avançam e aqueles de mais de 55, 60, 65 anos, que cada vez mais entram em becos com poucas ou nenhumas saídas”, alertou.
E resumiu: “Numa palavra, uma economia que cresça e possa pagar melhor e aumentar os rendimentos dos portugueses, assim corrigindo também as suas desigualdades”.
O Presidente da República alertou que é preciso que “os números económicos e financeiros, vindos do passado próximo, naquilo que tiveram e têm de positivo, e confirmados no presente, se consolidem e acentuem”.
Marcelo insistiu também na aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Precisamos que os 16 mil milhões do PRR que temos para gastar nos próximos dois anos sejam mesmo usados e façam esquecer os 6.300 milhões que gastámos, que usámos, no mesmo tempo ou ainda maior, até hoje”, reforçou, defendendo que Portugal tem de ficar “mais preparado para enfrentar as aceleradas mudanças na Europa e no mundo”.
“Precisamos de afirmar a atualidade da visão universal de Camões, tão lembrado e a justo título este ano. Ser português é ser universal. Isto é decisivo na nossa identidade nacional”, salientou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se também às eleições autárquicas, afirmando que “o povo será o juiz supremo da resposta perante tantos desafios”.
“Eu acredito na vontade experiente e determinada do povo português, eu acredito nos portugueses, eu acredito, como sempre, em Portugal”, afirmou.
O Presidente da República disse também que os portugueses aprendem “com tudo e todos, com todos” e não têm “o monopólio da verdade”, nem deitam “nada fora”.
“Guardamos para a nossa memória coletiva de séculos”, acrescentou.
“Muito derrotista”
Quase todos os partidos já reagiram. O PSD Carlos Coelho assinalou “especial sintonia” entre a mensagem de Ano Novo do Presidente da República e a de Boas Festas do primeiro-ministro, notando que os recados de Marcelo se dirigem, sobretudo, à oposição.
“Na semana passada estive aqui para comentar a mensagem de boas festas do primeiro-ministro e hoje ouvimos a mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Ambas sublinham esperança no futuro e há especial sintonia entre elas”, afirmou o vice-presidente do PSD, Carlos Coelho.
Pedro Nuno Santos disse que partilha das preocupações do Presidente da República, mas considerou que “não há confiança na capacidade do atual Governo para as resolver”.
“Partilhamos as preocupações do Presidente da República, mas infelizmente não temos é confiança na capacidade do atual Governo para as resolver”, analisou o secretário-geral do PS.
O presidente do Chega considerou que a mensagem de Ano Novo “ficou aquém” do esperado, pois queria ter ouvido Marcelo Rebelo de Sousa abordar temas como saúde ou insegurança.
“Ouvimos hoje a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, que ficou aquém do que esperávamos, porque esperávamos uma mensagem que fosse capaz de apontar ao Governo os caminhos errados e também de apontar ao país os caminhos errados que têm sido prosseguidos”, afirmou André Ventura.
O presidente da Iniciativa Liberal acha que faltou um assunto central, quer nesta intervenção, quer na mensagem de Natal do primeiro-ministro: “Destas intervenções há uma grande ausência a registar, que é a ausência a qualquer referência a reforma do Estado”, criticou Rui Rocha.
O PCP apela à paz, não a disputas: “Precisamos de paz e cooperação e não de uma política de disputa entre povos e entre Estados. E não, como alguns defendem, de cortes de pensões e Segurança Social para investir em mais armamento”, disse Rui Fernandes, dirigente comunista.
A líder parlamentar do Livre classificou de “muito derrotista” a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, tanto no plano internacional como nacional, e que “não deixou grandes esperanças para o próximo ciclo”. “Esta mensagem causou-nos bastante estranheza porque nos pareceu uma mensagem muito derrotista tanto no plano internacional como no plano nacional”, afirmou à Lusa Isabel Mendes Lopes.
A porta-voz do PAN espera que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ouça os “recados do Presidente da República” quanto à necessidade de solidariedade institucional, que defendeu dever ser alargada ao parlamento. “Sentimos que os recados que Marcelo Rebelo de Sousa deu hoje mesmo ao primeiro-ministro apelando a uma maior colaboração institucional é um recado que deve ser ouvido por Luís Montenegro”, disse Inês Sousa Real.
ZAP // Lusa
Ó Marcelo se pensas que a União Europeia vai resolver os problemas de Portugal…..ESPERA SENTADO!!!
Eles bem tentam mas nao consegue. o problema central é a DESPESA, no tempo da TROIKA impuseram uma reducao de 2/3 mas só reduziram 17%. Nao ha maneira com esta “eliue” que se apoderam do Pote para se encherem .
Há 2.000 Anos dizia o Julio Cesar : “Há um Povo lá no Norte da Iberia que não se Governa, nem se deixa Governar. Continuamos iguais.
8 minutos a encher chouriços!
8 minutos, agore junte os restantes anos que ele anda a fazê-lo…
Quem Nele votou , não tem razão de queixa ! ………Se ser Comentador Mediático , é a mais importante referencia curricular para ser Eleito P.R , ou mesmo P.M , Candidatos nas próximas Eleições não vão faltar ! …mas pouco importa , o que nasceu torto dificilmente ou nunca se consegue endireitar !……o Sr. Costa que arranjou um melhor “Tacho” , deixou uma mensagem bem clara …..HBITUEM-SE !
A Arrogancia e a violencia (também psiquica) denuncia a presença do Diabo.
Ora falar de “Bom Senso”, antes de falar dos outros deveria primeiro fazer um exame de consciencia propria, lembro do Caso das Gemeas por exemplo.
Outra, a mania de “Dar Liçoes” a gente superior também, mandar bitates lá para fora, não é Humildade.
O PPR, mais de 90% vai tudo ser empastado na Esfera do Estado, isso é a mentalidade das Teorias do Estado Marxista. O Estado não cria Riqueza, os Estados SOcialistas/Marxistas só criam Pobreza, estão a iludir o Povo com fsalsos argumentos.
Ó homem, será que pode ser Honesto intelectualmente uma unica vez?