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Médico de família para todos até ao final do próximo ano “é a prioridade”

Portugal.gov.pt

Raquel Duarte, secretária de Estado da Saúde.

A secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, disse que a prioridade é garantir médico de família a todos os cidadãos até ao final do próximo ano. Atualmente há mais de 700 mil pessoas sem médico de família.

Numa entrevista concedida ao jornal Público, a secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte prevê que seja possível garantir um médico de família a todos os cidadãos até ao final de 2020. Isto porque o saldo entre novos médicos e aqueles que se estão a reformar é bastante positivo.

Raquel Duarte revelou que o modelo de constituição de Unidades de Saúde Familiar (USF) e a forma de remuneração estão a ser avaliadas e relembrou que “não há cidadãos de primeira e de segunda” e que o objetivo primário é “a saúde da população”.

Com mais de 700 mil pessoas sem médico de família, o objetivo do Governo passa agora por alargar os modelos de USF A, com incentivos institucionais, e de USF B, com incentivos financeiros por desempenho.

“Eu acredito no modelo USF e acredito que, particularmente os mais jovens que fazem formação neste modelo, vão querer replicá-lo e isso vai ter o efeito de contágio”, defendeu a secretária de Estado da Saúde, e explicou que mais do que a estrutura em si, “a cobertura de médico de família é que é a prioridade“.

Raquel Duarte alertou ainda para algumas discrepâncias no território nacional, no qual o Norte está muito bem, mas zonas como Lisboa e Algarve têm uma maior falta de médicos de família.

No entanto, a secretária de Estado mostra-se otimista e diz que “se, no concurso lançado esta quinta-feira, os cerca de 400 médicos de família ficarem todos — e se cada um tiver uma lista de cerca de 1900 utentes —, conseguimos cobrir toda a população“.

Em sentido contrário, “há um pico de reformas“. Este ano serão 200 e no próximo ano calcula-se que sejam cerca de 300. Contudo, com a entrada de 400 médicos por ano, prevê-se que a cobertura de toda a população por médicos de família “seja conseguida no final de 2020, se não houver grandes perturbações”.

A secretária de Estado da Saúde foi ainda confrontada pelo facto de 40% dos país não estar coberto por Unidades de Saúde Familiar, apesar de o Governo ter instituído quotas anuais para a criação de USF. Raquel Duarte explicou que está a ser feita uma “avaliação da estratégia” e que “as quotas vão sendo ajustadas”.

Além disso, destacou que o compromisso de chegar às cem USF até ao fim da legislatura vai ser cumprido e ultrapassado — terão 103 por todo o país. Adicionalmente, Duarte assegura que a diferença de remuneração entre as USF A e B será revisto e reavaliado com cuidado.

ZAP //

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