Medicamentos contra o cancro “influenciaram as decisões de Putin sobre a Ucrânia”

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EPA/Mikhail Metzel / Kremlin Pool / Sputnik

Vladimir Putin

O Presidente russo Vladimir Putin estava a tomar medicamentos para o cancro da tireóide que podem ter influenciado a sua tomada de decisões quando resolveu invadir a Ucrânia, indicou um alto funcionário da inteligência militar dinamarquesa.

A alegação foi avançada pelo Berlingske com base numa entrevista com o chefe da equipa de análise russa para a agência nacional de inteligência da Dinamarca, a Forsvarets Efterretningstjeneste (FE).

O funcionário foi referido apenas pelo seu nome próprio, Joakim. Ao jornal, citado pelo Insider, disse que Putin estava a tomar hormonas para tratar o cancro da tireóide em fevereiro de 2022, o que provavelmente terá afetado a sua capacidade mental.

Ele disse que “delírios de grandeza” são um dos efeitos secundários conhecidos do tipo de tratamento hormonal que acreditava que Putin estava a tomar na altura. “Não é algo que eu possa dizer com certeza, mas penso que afetou as suas decisões quando lançou a guerra na Ucrânia”, indicou.

Joakim não deu detalhes sobre o tratamento hormonal, mas acrescentou que também teria contribuído para o “rosto em forma de lua” que Putin tinha no início do ano.

As especulações sobre a saúde de do líder russo abundam desde o início da invasão, com base em reportagens dos meios de comunicação russos, entrevistas com antigos funcionários ocidentais e afirmações por parte da Ucrânia. Nenhuma foi apoiada por provas claras e muitos peritos têm hesitado em tirar conclusões.

O antigo diretor do National Intelligence James Clapper disse em maio ao Insider que o inchaço de Putin levantou questões sobre um possível tratamento.

Jeffrey Edmonds, antigo diretor para a Rússia no Conselho de Segurança Nacional e um ex-analista militar da CIA, também falou com Insider em maio, indicando que não tinha visto nada “verdadeiramente credível” que sugerisse que Putin estava doente.

O funcionário dinamarquês apontou igualmente ao Berlingske que os relatos sobre o líder russo ter tido cancro da tireóide eram “definitivamente uma boa aposta”, embora a sua agência não acredite que o líder russo tenha uma doença terminal.

Outra teoria é que Putin sofre da doença de Parkinson. Em março, John Hardy, um neurogeneticista do Instituto de Investigação da Demência do Reino Unido, rejeitou estas alegações à Deutsche Welle.

Joakin afirmou que a agência tem uma teoria diferente: Putin sofre de dor crónica após uma série de quedas e acidentes. “Esta é uma dor crónica de que sofre há já bastante tempo. É por isso que tende a sentar-se e agarrar as coisas com firmeza. É para aliviar a dor”, explicou.

Em maio, Kevin Ryan, general reformado dos Estados Unidos (EUA) e antigo adido da defesa na Rússia, disse ao Insider que o início da guerra da Ucrânia não podia ser atribuído apenas a Putin ou à sua saúde.

“Não creio que esta guerra seja uma criação apenas de Putin. A sua morte pode afetar o seu curso, mas o círculo governante que o apoiou ainda lá estará”, notou.

ZAP //

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