Marcelo está a fazer o que a ministra da Saúde “devia ter feito”, critica Ordem dos Médicos

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, criticou esta segunda-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, e elogiou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por ter decidido reunir com representantes de várias instituições e especialistas de saúde no âmbito da pandemia.

“O Presidente da República decidiu e na minha opinião bem – aliás congratulo-o por isso –, de ouvir algumas instituições e algumas pessoas ligadas à Saúde como o ex-ministro da Saúde. Ou seja, o senhor Presidente está a fazer aquilo que a senhora ministra da Saúde devia ter feito e não fez”, afirmou Miguel Guimarães, em declarações à RTP3.

Em declarações aos jornalistas, após uma visita ao Centro Hospitalar Tondela Viseu, o bastonário defendeu que, “numa altura crítica para o país” como a que se vive agora, com a pandemia, “é fundamental tirar partido do conhecimento que as pessoas, nas suas diversas áreas, podem ter para transmitir a quem lidera a saúde em Portugal”.

“O senhor Presidente da República resolveu fazê-lo e, obviamente, a Ordem dos Médicos irá ser recebida amanhã [terça-feira] e irá transmitir aquilo que são as suas principais preocupações”, acrescentou Miguel Guimarães.

Ou seja, adiantou o bastonário, “relativamente àquilo que são doentes covid, doentes não covid e também relativamente à gripe sazonal em que a vacinação parece, novamente, estar atrasada o que é muito, muito mau nesta altura”.

Miguel Guimarães referia-se às reuniões agendadas pelo Presidente da República com diversos especialistas que vão decorrer esta semana em Belém, Lisboa. Desde a Saúde à Economia, Marcelo Rebelo de Sousa tem agendadas dezenas de audiências.

Depois de receber Marta Temido nesta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa recebe nesta terça-feira Miguel Guimarães e, no decorrer na semana ouvirá também “os ex-bastonários da Ordem dos Médicos, depois bastonários de outras áreas ligadas à Saúde, depois antigos bastonários, depois antigos ministros da saúde, depois naturalmente também sindicatos e confederações patronais”, segundo o Observador.

O mesmo jornal escreve ainda que o Presidente admite ouvir outras figuras da área da economia, que irão sendo agendadas à medida que as reuniões vão sendo realizadas.

O Presidente da República quer chegar a um consenso quanto às medidas que devem ser tomadas para fazer face à covid-19, numa altura em que os casos de infeção diários atingem valores superiores aos do início da pandemia.