A falta de sintonia entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa na avaliação e no combate à pandemia foi evidente nos meses de junho e julho. Contudo, a maioria dos portugueses não atribui demasiada importância às divergências.
Depois de uma divergência pública de opinião sobre um eventual regresso do estado de emergência, o chefe de Estado chegou a impor a sua posição: “Por definição, o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro”.
Ainda assim, e perante a tensão entre Costa e Marcelo, a maioria dos portugueses desvaloriza o “arrufo”.
Segundo uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, são muitos mais os que classificam a relação entre Presidente e primeiro-ministro como boa ou muito boa (52%) do que os que consideram que é má ou muito má (8%).
De acordo com a mesma sondagem são os mais velhos (73%) e os eleitores do Partido Socialista (72%) que fazem uma avaliação mais positiva da relação entre Costa e Marcelo.
Entre os poucos (apenas 8%) que consideram que o Presidente da República e primeiro-ministro têm um conflito insanável destacam-se os eleitores do Chega (representam quase um terço – 31% – dessa minoria).
Por outro lado, a maior parte dos portugueses concorda com Marcelo quanto à necessidade de alterar a matriz de risco (48%).
A sondagem refere ainda que a maioria dos portugueses (53%) aplaude o facto de António Costa ter ficado em isolamento profilático após um contacto de risco, mesmo estando vacinado.