Sexo com dor intensa ou frequente: não é normal – atenção ao vaginismo

IVI / Cortesia

Na maioria das vezes, o vaginismo não está apenas relacionado com o corpo, mas também com a história emocional e crenças da mulher.

O vaginismo é uma disfunção sexual que provoca contrações involuntárias dos músculos do pavimento pélvico em redor da vagina, que dificulta ou inviabiliza a penetração vaginal.

É uma das origens de uma dor intensa ou frequente durante as relações sexuais – que não deve ser considerada normal.

A médica ginecologista Catarina Marques explica que, para mulheres em idade fértil que desejam engravidar, o diagnóstico pode representar um obstáculo real, mas não é intransponível.

“Com o acompanhamento adequado, é possível encontrar um caminho bem-sucedido para concretizar o sonho da maternidade”, comenta a especialista em medicina da reprodução do IVI Lisboa.

Mas é essencial olhar para a dimensão emocional da mulher, só assim é eficaz: a abordagem deve incluir tratamento especializado, apoio emocional e psicológico e, se for necessário, métodos alternativos de conceção.

“O tratamento deve ser estruturado e orientado por uma equipa multidisciplinar. O diagnóstico do vaginismo baseia-se numa avaliação clínica cuidadosa, complementada por escuta ativa e, em alguns casos, exames complementares. O plano terapêutico pode incluir fisioterapia do pavimento pélvico, terapia cognitivo-comportamental, uso de dilatadores vaginais e, em situações específicas, a aplicação de toxina botulínica (botox) para aliviar a contração muscular”, descreve Catarina Marques.

Para um tratamento eficaz, é preciso: tempo, envolvimento da mulher e, muitas vezes, a colaboração do parceiro ou parceira.

O vaginismo tem cura. Muitas mulheres retomam a sua vida sexual plena após o tratamento, o que pode permitir a conceção natural, desde que não existam outros fatores de infertilidade, “sempre com respeito pelo ritmo e pela individualidade de cada mulher”, continua a ginecologista.

E, na maioria das vezes, o vaginismo não está apenas relacionado com o corpo, mas também com a história emocional e crenças da mulher: “Traumas, medo, vergonha, rigidez cultural ou religiosa e ausência de educação sexual adequada podem estar na base do problema”.

O acompanhamento psicológico é essencial para tratar a disfunção e para restituir a autoestima, o prazer e o bem-estar sexual que possa levar a uma gravidez de forma natural.

ZAP //

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