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Marcelo e Costa também vão limpar a floresta para dar o exemplo

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Paulo Novais / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, protegido da chuva pelo primeiro-ministro, António Costa

O primeiro-ministro apela a uma mobilização nacional para a causa da floresta, convidando todos os deputados e todos os partidos a juntarem-se a ele e ao Presidente da República nas acções de limpeza dos próximos dias 24 e 25.

O apelo foi lançado por António Costa esta quinta-feira, na abertura do debate quinzenal, na Assembleia da República, no final de um discurso que dedicou ao tema das medidas de prevenção contra os incêndios florestais.

O assunto esteve em destaque no Parlamento no dia em que o Governo alargou até Junho o prazo para a limpeza de terrenos em zonas rurais e florestais.

O primeiro-ministro começou por salientar que o último Verão “mostrou ser urgente resolver os problemas estruturais” que afectam a floresta portuguesa “há décadas e que têm sido agravados, nos tempos mais recentes, pelo fenómeno das alterações climáticas”.

“A valorização e defesa da floresta requer não só uma reforma do sector que proteja os seus recursos e promova os seus activos, mas também um novo modelo de prevenção e combate aos incêndios, que torne o território mais resiliente, as populações mais seguras e os terrenos mais sustentáveis”, defende Costa.

Depois, o primeiro-ministro reiterou “o apelo a uma mobilização nacional para esta causa”. “Deixo aqui o desafio a todas as bancadas a juntarem-se a nós para fazer de Março o grande mês da limpeza da floresta”, frisou o líder do Executivo.

“O senhor Presidente da República e o senhor presidente da Assembleia da República já aceitaram o convite da Associação Nacional de Municípios Portugueses, juntamente com os membros do Governo, na grande acção de limpeza da floresta que é promovida nos próximos dias 24 e 25 de Março“, revelou.

“Se cada um fizer o máximo que lhe compete, teremos um Verão com menor risco”, acrescentou, concluindo que é preciso que “todos ponhamos mãos à obra”.

Prioridade absoluta à segurança dos cidadãos

Costa também salientou que a prioridade das medidas de prevenção estará centrada na segurança dos cidadãos perante os riscos de incêndio, adiantando que na próxima semana serão lançados os programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu ainda que a reestruturação do actual modelo de prevenção e combate aos fogos “implica mudanças de natureza transversal, a implementar no médio prazo, que garantam uma melhor articulação dos pilares da prevenção estrutural, da resposta operacional e da vigilância pós-incêndio”.

“Já este ano, a prioridade será a segurança dos cidadãos: reduzindo riscos, prevenindo ameaças, alertando para os perigos, protegendo na contingência e socorrendo na calamidade”, disse, anunciando o lançamento, na próxima semana, dos programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”.

Costa garantiu que o Executivo trabalhará “em estreita articulação com os municípios e as freguesias na sensibilização para a auto-protecção, na sinalização de caminhos de evacuação e de locais de refúgio, na realização de simulacros e na aquisição de equipamentos de protecção”.

“Trabalharemos com a ANACOM (Autoridade Nacional para as Comunicações) e com as operadoras de comunicações no sentido de criar novos canais para informar a população, sobretudo nas situações de maior risco e sistemas de alerta”, para, desta forma, “tornar as nossas comunidades mais resilientes e adaptadas ao fogo”, considerou também António Costa.

O primeiro-ministro frisou ainda que “o dispositivo de combate” será reforçado “com mais recursos humanos e equipamentos para aplicação imediata”. No próximo Verão, estarão no terreno “mais 600 elementos da GNR, 79 EIP’s [Equipas de Intervenção Permanente], aos quais se juntam 200 novos guardas florestais, assim como os efectivos das Forças Armadas necessários para reforçar o dispositivo”, revelou.

“Ao nível dos equipamentos, foi reforçado o investimento em veículos, fardamento e equipamentos de protecção individual, além do reforço da rede SIRESP – com quatro novas antenas móveis e 451 antenas satélite instaladas nas zonas de maior perigosidade – e dos sistemas de vigilância da Força Aérea Portuguesa”, acrescentou Costa.

“Está aberto o concurso para 500 novos sapadores florestais, que constituirão 100 novas equipas, a que se juntam 21 técnicos intermunicipais e 55 novos vigilantes da natureza”, notou também o primeiro-ministro.

Em relação aos parques naturais e áreas protegidas, António Costa afirmou que, após o projecto piloto da Peneda-Gerês, com o qual se terá conseguido reduzir em 50% a área ardida, por comparação com o ano anterior, o actual Governo alargou o modelo a quatro novos parques naturais.

ZAP // Lusa

8 Comments

    • E motosserra na mão. Vai ser uma coisa linda. Nunca antes visto.

      Nunca vi tantos comentários tão bons por aqui.

      Do

      “Só miséria”
      passando pelo
      “Estorvar”
      e ao
      “fato e gravata”

      Muito bom. Já me ri para aqui sozinho…
      O pessoal hoje está inspirado

  1. O que os ditos peritos em prevenção,que estão a ajudar o governo, a gerir esta situação,parece não saberem, que à excepção das árvores, que devem ser cortadas, as que devem,-todo o mato/arbustos e plantas herbáceas, vão rebentar em força, a seguir ao corte, e estarão prontas, isto é, bem crescidas, para, em finais de Junho,constituírem, um bom combustível para arder, deitando por terra todo o trabalho agora feito, a menos que a terra fosse bem movimentada, adequadamente.

  2. so vao la de inverno e para show off… infelizmente andam nos a gastar votos e euros …..
    queria mos ver e se fossem no verao para apagar os fogos!!!!!…
    a limpeza das matas deveria ser obrigaçao da guarda florestal que havia antigamente e quie acabou por falta de funcionarios… ser bombeiro da mais lucro

  3. Como se o problema dos fogos fosse da falta de limpeza. No meu tempo não havia limpeza e havia muitas searas e medas de trigo. Máquinas a vapor para debulhar o trigo e os trabalhadores a fazerem lume próximo para fazerem os almoços e jantares. Não havia um fogo…!

    • Pois não, mas havia bons rebanhos que ao alimentarem-se limpavam a floresta.
      Existiam também os carvoeiros que arrancavam as cepas dos matos pela raiz.
      Acabaram com toda essa “riqueza” Nacional, ao desprezarem as “minorias” que evitavam grandes males Nacionais! Era uma outra face da Economia que ninguém vbalorizou, mas que dava comida a muitas famílias, numerosas! Portugal só ganhava com isso. Nesses tempos não existia a tróika! Não era necessária. Portugal produzia o que consumia, quase na sua totalidade.
      “Atrás de mim virá quem bom de mim fará”, já se dizia nesse tempo.

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