Marcelo Rebelo de Sousa reacendeu a polémica do Acordo Ortográfico, colocando-o na agenda política, mas agora recua, sublinhando que se trata de “um não tema”.
O Presidente da República aproveitou a visita a Moçambique, na semana passada, para realçar que o facto de haver países que não ratificaram o Acordo Ortográfico (AO), nomeadamente Moçambique e Angola, poderia ser um bom pretexto para “repensar o tema”.
Agora, Marcelo considera que o AO “é um não tema”, “uma não questão”, conforme declarações recolhidas pela Rádio Renascença, após a Assembleia Geral da COTEC Portugal, organização da qual é presidente honorário.
A posição do Presidente da República surge, num tom apaziguador, depois do desconforto que gerou em Cabo Verde e em Angola e na própria CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), onde o secretário executivo Murade Murargy salientou que “não há volta atrás no AO”.
Na mesma toada conciliadora, fugindo a polémicas, Marcelo evita comentar a questão dos contratos de associação do Estado com os colégios privados, que o governo do PS quer limitar, com o intuito de reduzir os gastos com o Ensino particular, e que tem dividido a Esquerda parlamentar e a direita, em particular o PSD.
“Eu sei, eu sei. Eu vejo a televisão. Como dizia a Sophia Mello Breyner, ‘vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar’, mas outra coisa é falar”, atira o Presidente da República.
ZAP
O mal começou com a reforma ortográfica de 1911, e tentativas sucessivas de revisões e acordos. com fartura, e com a tentativa de reforma e acordo de 1940. O Brasil continuou com a ortografia que herdou.
Agora, que se alcançou um acordo, quando todas as tentativas anteriores falharam, não vamos criar mais confusão e desunião. Este acordo une os utilizadores da língua portuguesa. Um destes dias, os nacionalistas brasileiros adoptam a sua língua brasileira, se continuarmos a brincar às ortografias e aí, a língua portuguesa perderá a sua relevância internacional. A haver reforma, reforme-se a reforma voltemos ao modelo de base grega e latina anterior a 1911.
Há um revivalismo e muitas edições facsimiladas de obras na sua ortografia original, que é um prazer ler, sem acentos e sem etimologias aldrabadas.
Afinal, fomos vítimas do provincianismo modernista e vingador dos republicanos radicais de 1911.
Haja respeito pelo portuguez.
Alinho. Voltemos ao ‘portuguez’!
Haja respeito por Portugal e pelos portugueses!
Pois parece que ninguém o tem, nem mesmo aqueles que por força das suas obrigações!!
O Jorge Jesus vai coordenar a equipa responsável pelo próximo acordo ortográfico.
Nunca acreditei neste presidente. É um treteiro. Não tem personalidade alguma. Jurou defender a Constituição e está a fazer dela um tapete onde limpa os pés.
Este presidente não defende Portugal nem a identidade portuguesa.
É um maria-vai-com-as-outras.
se recuar na intenção, mostra que o lobby das Editoras é mais forte que o PR.
Qual o motivo que leva tanta gente a lutar contra este (e só este) acordo ortográfico? É que já houve muitas alterações à ortografia do Português e parece-me que nunca se discutiu tanto como hoje.
De facto, o meu pai, que era médico e que se ainda vivesse teria hoje 110 anos, nunca deixou de escrever farmácia com ph ou seja “pharmacia”; mas já não escrevia “vi hoje hum doente de Vizeu”. E eu deixei de acentuar com acento grave os advérbios de modo; não recordo protestos contra isso. Na verdade as línguas não mortas evoluem… Não vale a pena lutarmos contra isso. Eu apoio este AO.