Pelo menos 3,7 milhões de pessoas marcharam este domingo em várias cidades de França, de acordo com números oficiais do Ministério do Interior francês, naquela que o ministro do Interior considerou ser uma mobilização “sem precedentes”.
Ocorreram também marchas em outras importantes cidades de França, como Lyon, Marselha, Bordéus e Grenoble.
Apenas em Paris, a organização estima que 1,5 milhões de pessoas tenham ido para as ruas, em protesto contra o ataque de quarta-feira à redação do jornal satírico Charlie Hebdo e pela defesa da liberdade de expressão.
“Os manifestantes estão dispersos por um perímetro bastante maior que o previsto para a marcha”, disse o ministro francês do Interior, considerando que é quase impossível uma contagem, mas admitindo que a mobilização foi “sem precedentes”.
Alguns analistas afirmam que a última vez que os parisienses saíram massivamente às ruas foi em 1944, para comemorar a libertação da cidade do domínio da Alemanha nazi.
Em Paris, cerca de 40 líderes mundiais deram os braços e caminharam junto à multidão, entre eles o presidente de França, François Hollande, o PM britânico, David Cameron, a chanceler alemã, Angela Merkel, o líder do governo italiano, Matteo Renzi, o PM espanhol, Mariano Rajoy, o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e mesmo os inimigos de longa data Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina.
Mais de 2 mil polícias e 1.350 militares trabalharam na segurança da marcha.
A “marcha republicana” foi convocada logo na quarta-feira, depois do ataque ao jornal Charlie Hebdo, que matou 12 jornalistas, cartoonistas e um polícia.
Desde então, registaram-se três incidentes violentos na capital francesa que no total fizeram 20 mortos, incluindo os três autores dos atentados, e começaram com o ataque ao jornal Charlie Hebdo.
Chérif Kouachi, de 32 anos, e o seu irmão Saïd, de 34 anos, mataram 12 pessoas, incluindo dois polícias na quarta-feira, durante o ataque ao Charlie Hebdo, tendo estado fugidos durante dois dias. Foram encontrados nos arredores da capital francesa, acabando por morrer num tiroteio com a polícia.
ZAP / Lusa