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Manghkut faz pelo menos 49 mortos e 40 desaparecidos nas Filipinas

Francis R. Malasig / EPA

O tufão Mangkhut tocou terra no sul da China, este domingo, depois de uma passagem devastadora pelas Filipinas onde fez pelo menos 49 mortos e soterrou cerca de 40 mineiros, que estão desaparecidos.

A tempestade tropical, considerada a mais forte deste ano, provocou chuvas torrenciais e ventos ciclónicos que fizeram colapsar a encosta de uma montanha na aldeia remota de Itogon, na província de Benguet (norte).

A terra que se desprendeu abateu-se sobre os alojamentos dos mineiros. Segundo a polícia, sete corpos já foram retirados, mas há pelo menos 40 pessoas desaparecidas.

Vários pontos do arquipélago filipino foram devastados pelo tufão e o balanço provisório de vítimas no país é de 49 mortos, segundo a polícia. A maioria dos mortos foram vítimas de deslizamentos de terra nas zonas montanhosas, de acordo com as autoridades.

No norte das Filipinas, eletricidade e comunicações foram cortados na maior parte da zona abrangida pela trajetória do tufão, onde vivem cerca de cinco milhões de pessoas, criando dificuldades adicionais na contabilização de vítimas e estragos.

No norte da ilha de Luçon, a maior das Filipinas, o tufão devastou vastas zonas agrícolas provocando inundações e deslizamentos de terra. Na cidade de Baggao, a tempestade arrancou telhados e linhas de alta tensão e as estradas estão quase todas cortadas, por inundações ou por deslizamentos de terras.

O tufão perdeu alguma força ao atravessar as Filipinas e chegou ao território chinês hoje, às 17h00 locais (10h00 em Lisboa), na província de Guangdong, a cerca de 50km a oeste de Macau, com ventos de 162 Km/h.

Mangkhut chega à China

Quase meio milhão de pessoas foram deslocadas de sete cidades da província chinesa de Guangdong devido ao tufão, com uma das maiores preocupações das autoridades centrada nas duas centrais nucleares da região.

Centenas de voos foram cancelados e todos os serviços ferroviários de alta velocidade e alguns normais nas províncias de Guangdong e Hainan também foram interrompidos no domingo, informou a China Railway Guangzhou Group Co. Na província de Fujian, dezenas de milhares de barcos de pesca regressaram ao porto e as obras de construção pararam.

A Hainan Airlines cancelou 234 voos nas cidades de Haikou, Sanya, Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai, programados para este fim-de-semana. Já em Hong Kong, perto de 900 voos foram adiados ou cancelados. De acordo com o South China Morning Post, pelo menos 543 voos programados para hoje foram cancelados, afetando cerca de 96 mil passageiros.

No total, as autoridades do aeroporto de Hong Kong dão conta de 889 voos adiados ou cancelados devido à proximidade deste tufão, considerado o maior do ano, indicou o mesmo jornal. Em Macau, 160 voos foram cancelados e 14 tiveram de ser adiados, segundo as últimas informações do aeroporto.

O Observatório de Hong Kong e os Serviços Meteorológicos de Macau (SMG) emitiram hoje o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo no nível de alerta, ambos prevendo fortes chuvas, inundações e rajadas de vento nas próximas horas. Em Macau, o alerta vermelho de “storm surge” (maré de tempestade) continua em vigor e a subida do nível da água pode atingir os 2,5 metros, indicaram os SMG.

Perto de seis mil pessoas já foram retiradas das suas casas, no seguimento do plano de evacuação das zonas baixas da cidade, efetuado a partir das 21h00 de sábado.

A passagem do tufão já fez pelo menos 13 feridos em Macau, informou o Centro de Operações da Proteção Civil (COPC) em comunicado, num balanço parcial que dá conta de 128 incidentes.

O balanço parcial, feito até às 17h00 (10h00 em Lisboa), refere que a maioria dos casos registados pelo COPC diz respeito a queda de reclamos, toldos, janelas e outros objetos (81), danos em construção, queda de reboco e outros objetos (28), queda de árvores (21) e de andaimes (12).

 

NASA

NASA divulga fotos do interior do supertufão

A agência espacial norte-americana, NASA, publicou entretanto imagens do “interior” do supertufão, criadas a partir de dados obtidos esta sexta-feira por um satélite do observatório Global Precipitation Measurement, um projeto conjunto da NASA e da agência espacial japonesa JAXA.

As impressionantes imagens, montadas na animação acima, mostram a variação da quantidade de chuva por hora no interior do supertufão. A vermelho estão assinaladas as zonas de maior precipitação.

ZAP // Lusa

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