O tufão Mangkhut causou a morte a pelo menos 12 pessoas no norte das Filipinas, na maioria em sequência de desabamentos de casas e deslizamentos de terras, pela força do vento e da chuva, segundo fonte oficial.
O conselheiro presidencial Francis Tolentino referiu que, entre os mortos, estão um bebé e uma criança, ambos na província de Nueva Vizcaya, uma de várias que hoje se encontram na mira do tufão Mangkhut, o mais violento do ano, com ventos que chegaram a atingir os 330 quilómetros por hora.
De acordo com a mesma fonte, pelo menos duas pessoas estão dadas como desaparecidas e é previsível que o número de mortos venha a subir quando outros casos de confirmarem.
Duas mulheres foram encontradas enterradas, segundo a polícia, depois de um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas devido à passagem do tufão, que tocou terra a meio da noite nas Filipinas, acompanhado por ventos de até 205 quilómetros por hora e chuvas fortes.
A passagem do tufão causou quedas de árvores, telhados arrancados e cortes de energia em Luzon, a principal ilha do arquipélago filipino. Mais de nove mil pessoas foram retiradas das suas casas, próximas da costa, e foram criados mais de 2.100 refúgios na metade norte da ilha.
A zona atingida pela passagem do tufão Mangkhut tem uma população de cerca de 10 milhões de pessoas que vivem em habitações improvisadas. O Estado procedeu já à retirada de 87 mil pessoas das áreas sob maior risco e aconselhou-as a não regressarem a casa antes de o perigo passar.
“Achamos que houve muitos danos”, disse a secretária nacional de Bem-Estar Social, Virginia Orogo. As autoridades filipinas advertiram de que o impacto do Mangkhut pode ser tão destruidor como o do Haiyan, um super-tufão que fez mais de sete mil mortos e 16 milhões de vítimas de danos materiais em novembro de 2013.
O tufão também já causou pelo menos a morte de uma mulher arrastada pelas ondas, em Taiwan, ilha localizada a poucas centenas de quilómetros das Filipinas.
O Governo filipino assegurou estar preparado e mobilizou 30 milhões de dólares (cerca de 27 milhões de euros) para a resposta de emergência.
A Cruz Vermelha Filipinas também enviou equipas de resposta rápida para a zona, onde conta com mais de 30 mil voluntários para fazer rapidamente um balanço de danos após a passagem do tufão e poder o quanto antes emitir um apelo de ajuda financeira à comunidade internacional.
A organização humanitária estima o possível número de afetados pelo tufão em dez milhões, se se tiver em conta a quantidade de pessoas que vivem da agricultura em Luzón e que sofrerão graves prejuízos nas suas colheitas.
Após a passagem do Mangkhut, que agora se está a deslocar para as áreas densamente povoadas do sul da China e de Macau com ventos de 185 quilómetros por hora, as equipas de resgate filipinas foram enviadas para as áreas montanhosas rurais. Os ventos chegaram a atingir 330 quilómetros por hora.
As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões que matam centenas de pessoas e exacerbam a pobreza.
No Facebook, a Presidente Tsai Ing-wen pediu aos moradores que sejam cautelosos: “O tufão é poderoso e, embora não deva tocar em Taiwan, precisamos de estar prontos e não encarar de maneira ligeira”.
As autoridades de Macau já anunciaram que vão içar o sinal 1 de tempestade tropical assim que o Mangkhut estiver a menos de 800 quilómetros do território.
ZAP // Lusa