Preocupado com a Bielorrúsia, Macron ligou a Putin (e aproveitaram para falar da vacina russa)

Charles Platiau / EPA

O Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou esta quarta-feira ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, “uma preocupação muito grande” quanto à situação na Bielorrússia após a reeleição do chefe de Estado autoritário bielorrusso, Alexander Lukashenko.

Segundo indicou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da República de França, a inquietação de Macron foi manifestada durante uma conversa telefónica entre os dois chefes de Estado em que foi abordada também a “violência contra cidadãos na sequência das eleições” de domingo. Segundo a Presidência francesa, Macron sublinhou a Putin a necessidade de se encontrar uma via para o diálogo.

Trata-se da primeira reação oficial de Macron desde o anúncio da vitória de Lukashenko (com mais de 80% os votos) nas eleições bielorrussas de domingo, presidenciais marcadas por fortes suspeitas de irregularidades e que permitiu ao chefe de Estado prolongar-se no poder pelo sexto mandato consecutivo (desde 1994).

Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês apelou às autoridades bielorrussas a “uma grande contenção”, enquanto a polícia reprimia os manifestantes da oposição que protestavam contra os resultados da votação. Lukachenko defende a atuação das forças policiais e acusou os manifestantes de serem comandados como “carneiros” por países estrangeiros como a República Checa e a Polónia.

Os chefes da diplomacia da União Europeia (UEE) devem reunir-se esta sexta-feira, com Bruxelas a ameaçar aplicar sanções contra Minsk.

Na conversa telefónica, Macron e Putin analisaram igualmente a situação no Líbano e a cooperação entre a França e a Rússia face à pandemia do novo coronavírus.

Por seu lado, em comunicado também, o Kremlin adiantou que a cooperação entre Moscovo e Paris terá em conta “o registo da vacina pela Rússia“, anunciada terça-feira pelo próprio Putin. A vacina vai entrar em circulação em 1 de janeiro de 2021. Nas últimas semanas, a Rússia “garantiu” a produção de milhares de doses de vacinas contra o novo coronavírus e “vários milhões” no princípio do próximo ano.

Moscovo adiantou ainda que a “possível visita” de Macron à Rússia, anunciada em fins de junho, está a ser preparada.

ZAP // Lusa

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