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Pelo menos 42 feridos em Beirute em confrontos entre polícia e manifestantes

Wael Hamzeh / EPA

Manifestantes em Beirute, no Líbano

Pelo menos 42 pessoas ficaram feridas, esta terça-feira, em confrontos entre manifestantes e a polícia, pelo quarto dia consecutivo, nas proximidades do Parlamento em Beirute.

De acordo com a Cruz Vermelha libanesa, dos pelo menos 42 feridos, 10 tiveram de ser transportados para os hospitais, tendo os restantes sido tratados no local.

Os confrontos ocorreram depois de uma concentração frente ao porto da capital libanesa, onde ocorreu a devastadora explosão de 2750 toneladas de nitrato de amónio, que causou 171 mortos e mais de seis mil feridos, e de uma marcha com velas pelo centro de Beirute.

Alguns manifestantes atiraram pedras aos polícias que protegiam o Parlamento e que responderam com gás lacrimogéneo e com disparos de balas de borracha. Os confrontos não foram tão graves como em dias anteriores. No sábado, causaram a morte de um agente e 250 feridos, segundo a Cruz Vermelha libanesa.

A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional denunciou o uso de força excessiva contra manifestantes em Beirute, revelando que “o exército libanês e as forças de segurança, assim como alguns homens não identificados vestidos à civil, balearam multidões desarmadas durante os protestos” nos últimos dias.

A explosão alimentou a raiva de uma população já mobilizada desde o outono de 2019 contra os líderes libaneses, acusados de corrupção e ineficácia, e milhares vieram para as ruas para pedir contas às autoridades.

O primeiro-ministro, Hassan Diab, anunciou, na terça-feira, a demissão do seu Governo, considerando que “a catástrofe que atingiu os libaneses (…) aconteceu devido à corrupção endémica na política, na administração e no Estado”.

No domingo, o chefe do batalhão de engenharia do exército libanês, Rojeh Khoury, anunciou o fim da primeira fase das operações de busca e resgate, após três dias de trabalhos que envolveram equipas libanesas e internacionais.

Khoury acrescentou que não foram encontrados sobreviventes e que, a partir deste momento, “diminuiu a esperança de encontrar pessoas com vida“, apesar de prosseguirem as operações para resgatar corpos entre os escombros.

O mesmo responsável precisou que elementos turcos, franceses e russos das equipas de resgate continuam a apoiar os libaneses na “zona vermelha”, a mais atingida pela explosão, enquanto outras equipas de diversos países já se retiraram após darem por concluída a sua missão.

ZAP // Lusa

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