Luiz Inácio Lula da Silva, ex-Presidente do Brasil, teme ser detido no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga os subornos feitos a funcionários da Petrobras por contrutoras.
Este fim de semana, foram detidos 12 executivos das duas maiores empresas de construção do Brasil, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, incluindo os respetivos presidentes, Marcelo Odebrecht e Otávio de Azevedo.
“Eu sou o próximo“, terá dito Lula, de acordo com fontes próximas do ex-presidente, citadas pela Folha de S. Paulo.
O presidente do Brasil de 2003 a 2010 terá confidenciado a aliados que é o próximo alvo da polícia devido à relação próxima com a Odebrecht, empresa que patrocinou viagens de Lula ao estrangeiro para ajudar a fomentar negócios na África e América Latina.
Um dos executivos presos este fim de semana é precisamente Alexandrino Alencar, diretor da Odebrecht que acompanhava Lula nestas viagens patrocinadas pela empreiteira.
Sem direito a imunidade, dado que atualmente não ocupa nenhum cargo público, Lula da Silva mostrou-se preocupado por poder ser chamado a prestar depoimentos a qualquer momento.
O nome de Lula é citado em documentos apreendidos no âmbito da 14ª etapa da Operação Lava Jato, denominada Erga Omnes (“para todos” em latim).
Apesar do rumor de que outros partidos serão afetados pelo envolvimento, a tensão é maior entre os militantes do Partido dos Trabalhadores, de Lula e Dilma. A Folha refere que, desde o fim de 2014, a informação que circulava no meio empresarial e político era de que Marcelo Odebrecht não “cairia sozinho” caso fosse preso.
“Degrau a degrau, a operação Lava Jato chega ao topo da cadeia alimentar dos negócios das construtoras”, resume a jornalista Dora Kramer no Estadão.
A Operação Lava Jato investiga o esquema de suborno das construtoras brasileiras a funcionários da Petrobras para obter a licitação em obras da estatal. Parte do dinheiro das luvas era depois canalizado para o financiamento de partidos políticos, a maioria dos quais da base aliada do governo liderado pelo PT de Lula e Dilma. Antes dos líderes das duas maiores construtoras brasileiras, já tinham sido detidos membros de nove empreiteiras menores.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, no entanto, ao contrário das demais investigadas, recorriam a um esquema “mais sofisticado” de pagamento de subornos a agentes públicos e políticos através de contas no exterior, o que exigiu maior aprofundamento das investigações antes do pedido de prisão dos diretores das empresas.
ZAP
De que é que ele estava á espera?
Só agora? Devia ter sido ouvido quando era Presidente!
As “imunidades” não são retroativas.
Só agora porque eventuais crimes prepertrados no exercício ao serviço do povo não prescrevem após perda de eventuais imudidades! Lá como cá. Doa a quem doer…
A democracia só o é depois do poder legislativo propiciar instrumentos que permitam ao poder judicial actuar de forma efectivamente independente do poder político, por serem o garante do estado de direito democrático.