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Grande Lisboa deverá sair da calamidade (mas os autarcas estão preocupados com a segunda vaga)

Tiago Petinga / Lusa

Na próxima semana, o Governo deverá rever o estado de calamidade decretado para a região de Lisboa e Vale do Tejo e algumas restrições deverão ser levantadas. Enquanto isso, os autarcas estão preocupados com uma eventual segunda vaga em setembro.

De acordo com o semanário Expresso, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse, à saída de uma reunião na segunda-feira com o ministro da Educação, secretário de Estado Adjunto e autarcas da Grande Lisboa, que o estado de calamidade se mantém até final de julho.

Segundo o semanário, as 19 freguesias dos concelhos de Lisboa, Sintra, Amadora, Odivelas e Loures vão ter medidas menos restritivas no início de agosto.

Porém, os autarcas da região de Lisboa e Vale do Tejo estão preocupados com uma eventual segunda vaga de covid-19 em setembro.

Bernardino Soares, autarca de Loures, disse, ao Expresso, que evolução no concelho, é “positiva”, mas que é preciso fazer muito para evitar uma recaída em setembro e outubro. Para o autarca, é necessário reforçar a oferta de transportes públicos, reforçar as equipas de saúde pública e reorganizar a gestão regional dos internamentos hospitalares.

O regresso às aulas presenciais também preocupa Bernardino Soares. O autarca considera urgente assegurar a aquisição de material informático e a contratação de pessoal docente e pessoal não docente para garantir as condições de acompanhamento de alunos, apoio aos professores, higienização das escolas e preparação das refeições escolares.

Hugo Martins, autarca de Odivelas, considera necessário “flexibilizar o horário escolar, dando mais autonomia às direções; reorganizar os espaços de tempos livres; aumentar os rácios de pessoal não docente; e reforçar o apoio informático aos professores”.

O autarca apela também que não se baixe a guarda. “Estou preocupado com a possibilidade da existência de falta de zelo, de cuidado por parte de cumprimento das regras pelas diversas entidades”, assume.

Basílio Horta, autarca de Sintra, concelho com mais novos casos, exigiu, em entrevista ao Diário de Notícias, o reforço da capacidade de resposta do serviço de urgência no Hospital Amadora-Sintra. “Estamos realmente preocupados com o que pode vir aí, porque não é só a covid. É a covid a coincidir com a gripe e com a reabertura das escolas. Nós temos aqui 47 mil alunos que vão ter aulas presenciais”, disse.

Na quarta-feira, Portugal registou 252 infetados, cinco mortos e 230 pessoas curadas. Dos novos casos, 85% concentram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.

ZAP //

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