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Lisboa escolhia aleatoriamente quem vacinar. Task force obrigou-a a usar critério da idade

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A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo era a única do país a chamar utentes para a vacinação contra a covid-19 de forma automática e aleatória.

Há cerca de 15 dias, a escolha de quem vacinar em Lisboa começou a ser feita segundo um critério de idade. A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo estava a chamar os utentes de forma automática e aleatória, ao contrário das outras quatro regiões do país.

A notícia, avançada este domingo pelo Público, esclarece que a task force para a vacinação obrigou a ARS de Lisboa e Vale do Tejo a usar o critério da idade, à semelhança das outras regiões. A alteração entrou em vigor há cerca de duas semanas.

Atualmente, estão a ser chamados primeiro os idosos com mais de 80 anos e os doentes de maior risco acima dos 50 anos, assegurou a ARS ao diário.

“Os ACES [agrupamentos de centros de saúde] da região de Lisboa e Vale do Tejo estão a convocar os dois grupos de utentes prioritários por ordem decrescente de idade, de acordo com as recentes orientações do coordenador da task force“, explicou a ARS de LVT.

Na norma sobre vacinação, a Direção-Geral da Saúde não especificou como deveria ser feita a escolha das pessoas a vacinar e deixou a decisão nas mãos de cada Administração Regional de Saúde (ARS). No Norte, no Centro, no Alentejo e no Algarve, os utentes foram selecionados com base numa ordem decrescente de idades desde o arranque do processo.

Apesar de a situação em Lisboa ter sido alterada há duas semanas, ainda haverá alguns problemas na operacionalização da mudança. O Público conta o caso de Maria Silva, uma idosa de 99 anos com Alzheimer e colite ulcerosa que, após a mudança de critérios, ainda não foi chamada para vacinação.

A filha já fez uma queixa à DGS, à Entidade Reguladora da Saúde e à Provedoria de Justiça, depois de escrever no livro de reclamações do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Lisboa Norte.

O jornal apurou junto do ACES que a “falha” poderá ser explicada pela falta de vacinas da Pfizer e da Moderna, uma vez que as da AstraZeneca não estão aconselhadas para maiores de 65 anos em Portugal.

Liliana Malainho, ZAP //

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