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Liderança do CDS vai ao tira-teimas. Rodrigues dos Santos avança com moção de confiança

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ppdpsd / Flickr

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos

Francisco Rodrigues dos Santos recusou o desafio de Adolfo Mesquita Nunes e decidiu avançar com uma moção de confiança. O tira-teimas está agendado para sábado, com início às 11h00.

Esta terça-feira, em conferência de imprensa, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que a sua liderança “não está nem nunca esteve preocupada com agendas pessoais, vaidades políticas ou taticismos internos”. “Estou pronto para confirmar a legitimidade política da minha liderança no tempo e lugar próprios”, afirmou.

O presidente do CDS-PP decidiu não aceitar o desafio lançado por Adolfo Mesquita Nunes, que pediu eleições antecipadas no partido, e vai convocar um Conselho Nacional, no qual vai apresentar uma moção de confiança à direção. “É desejável um reforço da afirmação do CDS” sobre a sua liderança, assumiu.

O partido precisa de uma estrutura saudável, unida e forte”, sublinhou Francisco Rodrigues dos Santos, acrescentando “honrar a missão” que lhe confiaram. “Portugal sempre esteve acima do partido, e o partido acima das circunstâncias pessoais. Respeito e cumpro a vontade dos militantes do CDS.”

De acordo com o Expresso, a reunião está agendada para sábado de manhã, com início às 11h00. “Não ignoro que alguns tenham decidido abandonar este projeto, mas também sei que são muitos mais os que querem reforçá-lo”, disse ainda Rodrigues dos Santos, numa referência às saídas do partido que têm sido anunciadas nos últimos dias.

Depois de Filipe Lobo d’Ávila, Isabel Menéres Campos e Raúl Almeida terem abandonado as suas funções, foi esta terça-feira conhecida a demissão de José Miguel Garcez da Comissão Executiva do CDS, a quarta saída desde a semana passada.

O semanário teve acesso à carta de demissão, onde Garcez diz ser “urgente impedir o definhamento do CDS”, pedido ao líder para ouvir os militantes em vez de perder tempo com “disputas fratricidas”.

Alertei-te para os desvios que o nosso projeto inicial estava a sofrer e para as consequências que podiam daí advir”, lê-se, queixando-se de não ter sido ouvido.

“Crise de sobrevivência grande”

Num vídeo publicado no Facebook na segunda-feira, Adolfo Mesquita Nunes respondeu a perguntas que lhe têm sido colocadas desde que na semana passada pediu um congresso antecipado e anunciou que, caso esta reunião magna se realize ainda este ano, será candidato à liderança do partido.

“Acho mesmo que não vamos sair disto se não deitarmos para trás das costas essas conversas que nos dividem a todos em gavetas e em caricaturas. O partido está numa crise de sobrevivência grande, nós temos de ser todos, não podemos ser alguns, nós não podemos continuar com essas conversas”, defendeu.

Apontando que “para crescer” o partido tem de se “unir”, criticou aqueles “que dizem que ‘x’ ou ‘y’ deviam ir embora, sobretudo quando o fazem com aquele ar de superioridade moral, a atribuir certificados de bom cristianismo”, advogando que “isso nunca é bom para o partido”.

“Eu acho mesmo que podemos dar a volta a isto, mas para isso não é possível contar com grupos nem tendências nem fações. A mim não me vão ouvir falar de terrorismo e coisas que tais, isto não é para fazer a guerra, é para fazer mais partido”, garantiu o antigo vice-presidente do CDS-PP .

Mesquita Nunes defendeu que não deixa o CDS porque é o seu partido “há 25 anos” e salientou que o seu objetivo é “fazer o que puder para alterar a situação, não é abandonar”. “Isso implicar mudar de rumo”, referiu, apelando aos conselheiros nacionais que “permitam a realização de um congresso extraordinário”.

“É preciso que o país volte a dar uma oportunidade ao CDS, e que autárquicas teremos nós se continuarmos com este processo de degradação da imagem, do discurso e da mensagem do CDS, com esta permanente pergunta sobre a nossa sobrevivência?”, questionou.

Esclarecendo porque é que se apresenta agora e não o fez no último congresso, há um ano, o antigo vice-presidente de Assunção Cristas afirmou que “no ano passado o CDS vinha de um péssimo resultado eleitoral e apresentaram-se duas candidaturas distintas mas que estavam muito mobilizadas para dar a volta ao resultado”.

Naquela altura, “não estava em causa o desaparecimento do partido, estava em causa saber como dar a volta a esse resultado”, prosseguiu, admitindo que a atual direção, liderada por Francisco Rodrigues dos Santos, “representou essa esperança“.

Contudo, “hoje a situação é muito diferente”, defendeu Adolfo Mesquita Nunes, apontando que agora “o partido precisa de apelar ao seu sentimento vital”.

À pergunta se conta “com os de sempre“, o antigo secretário de Estado respondeu que “é com os de agora, é com os de sempre, é com os que foram, é com os que vão voltar, é com os que vão chegar”.

Liliana Malainho, ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. O Adolfo fugiu depois da Noite das Eleições em que ele e a Vaca que Ri foram engolidos e disse: “Este Partido Não Me Merece” e “Que seja destruído e desaparece da Face da Terra!”
    Mas enquanto está de recibo verde de mil e quinhentos euros, pensou melhor e renasceu porque o Povo do Partido Popular (?!?) merece. Huh?

  2. Só acho estranho que o Mesquita Nunes esteja agora tão empenhado em avançar para a liderança do CDS (todos lhe reconhecem capacidade) e há um ano quando a questão se colocou não avançou. Quanto ao Francisco Rodrigues dos Santos, mal ou bem deu a cara, foi a escolha dos militantes, tem a desvantagem de não ter assento na Assembleia da República, mas tem feito o possível por manter o partido ativo. É claro que comete erros como aquele com o cheff Ljubomir Stanisic, de quem não se devia sequer ter aproximado, mas pronto, são momentos de aprendizagem.

  3. Com líderes na oposição tão, brandos como os que temos o senhor Costa nem precisa tomar comprimidos para o ajudar num sono profundo! Parece estarem em hibernação!

  4. Onde está o senhor Portas? É normal neste partido. Comem e fogem. Os únicos que eram firmes que eu me lembre era Amaro da Costa e Manuel Monteiro. O Amaro da Costa por ser firme é determinado aconteceu o que aconteceu e ninguém mais se importou em saber porque aço teceu. O Manuel M, foi corrido porque falou nas samsugas. E que eu saiba ninguém agora que ele volte. Quanto ao Francisco, meu amigo as suas ideias estão próximas dique penso mas está no meio se um exame de abelhas bravas. Uma coisa é certa o CDS não tem matriz liberal, esqueçam. A matriz do CDS é democrata cristã, ponto final. Assuman isso. Vão ler a doutrina social da igreja e estudem-na com convicção e vão onde está a saída desta crise. O chega, o IL, os livres, os blocos vão desaparecer. A refundação do CDS está aí.

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