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Líder do CDS de Ovar demite-se. “O país não quer saber” se Cristas faz arroz de atum

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O presidente da comissão política do CDS-PP de Ovar renunciou ao cargo por discordar da manutenção de Assunção Cristas na liderança nacional do partido após o resultado nas eleições europeias de domingo.

“Eu disse na noite de domingo que não continuaria como presidente da concelhia do CDS de Ovar se Assunção Cristas e a sua direção se mantivessem à frente do destino do partido. Ela já manifestou a intenção de se manter como líder do CDS, o que é legítimo, tal como é legítimo eu não me rever na sua liderança e, por uma questão de seriedade e coerência, sair”, explica Fernando Camelo Almeida.

Mantendo-se como deputado na Assembleia Municipal de Ovar, esse responsável deixa a presidência local do partido ao fim de quatro anos e realça: “A minha saída tem única e exclusivamente a ver com a minha discordância – já antiga – quanto ao rumo que o partido tem vindo a seguir e não se deve a qualquer divergência interna na concelhia”.

Fernando Camelo Almeida defende que, “em política, os resultados devem ser assumidos com seriedade, frontalidade e responsabilidade”, e, nesse sentido, declara: “O resultado das europeias foi negativo e não concordo com o assumir de toda a responsabilidade por parte do Nuno Melo. Assunção Cristas também é responsável pelo resultado”.

Para o ex-presidente do CDS de Ovar, “basta analisar-se a atuação desastrosa no tema dos professores” para se perceber que “não há um rumo definido” na liderança nacional do partido.

“O país não quer saber se a líder do CDS faz atum com arroz, vai à missa todas as semanas e quantos filhos tem. Quer saber que ideias e projetos tem para o país, qual é o espaço político do CDS – se é de direita conservador ou se é liberal”, critica em declarações à TSF. Fernando Camelo Almeida acrescenta que o partido “não ocupa um espaço concreto” e que “se vai ajustando conforme a conveniência populista”.

Outra crítica do ex-dirigente é que “o CDS é hoje dirigido por um grupo de lisboetas e exemplo disso é o facto de a direção nacional ter escolhido militantes de Lisboa para encabeçar as listas de deputados noutros distritos do país”. Quanto ao trabalho desenvolvido especificamente em Ovar, Fernando Camelo Almeida sai satisfeito com o seu contributo para a afirmação local do CDS.

“Saio com a consciência de que dei o meu melhor. Naturalmente, terei cometido erros, mas contribuí para o crescimento do partido em Ovar, desde logo pelo resultado nas últimas eleições autárquicas e pelo maior número de autarcas eleitos pelo CDS – e, não menos importante, pela credibilidade do partido, que foi inequivocamente solidificada no município”, afirma.

As eleições internas nessa concelhia do CDS ainda não têm data marcada, mas irão decorrer “no final de junho”, sendo que a chefia da comissão local estará entretanto confiada ao seu vice-presidente, António França. Segundo Fernando Camelo Almeida, o processo eleitoral interno será, por sua vez, conduzido pelo “presidente da distrital de Aveiro do CDS, Jorge Pato”.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Bato palmas a este senhor, teve-os no sitio!
    A Cristas não percebeu bem o resultado das eleições, não foi um cartão vermelho ao partido, foi um cartão vermelho à secretaria geral do partido e ao seu papagaio de estimação Nuno Melo.
    As pessoas que apoiam o CDS estão fartinhas dessa ave rara com apenas tem um discurso de destruição e de ataque, sem ideias de valor e sem substancia!
    Demita-se JÁ, não leve o partido ao fundo, qual titanic!

  2. A coisa mais ridícula para mim, é os políticos andarem sempre e antes de mais, a discutir os partidos, e não o país. As pessoas neste antro mal frequentado chamado Portugal, vão para a politica para servir partidos e servir-se do país. Leia-a se a análise que este jumento Vareiro faz da sua contribuição para o concelho de Ovar:

    “Saio com a consciência de que dei o meu melhor. Naturalmente, terei cometido erros, mas contribuí para o crescimento do partido em Ovar, desde logo pelo resultado nas últimas eleições autárquicas e pelo maior número de autarcas eleitos pelo CDS – e, não menos importante, pela credibilidade do partido, que foi inequivocamente solidificada no município”.

    Mais uma besta da partidocracia. Vai e não voltes, mas leva Crostas contigo.

  3. Entre arroz de atum e falar dos filhos, a Cristas ainda arranja tempo para criticar os governos de direita do Bolsonaro, Orban e Trump. 6% ainda foi muito

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