O El Español divulgou este domingo uma lista de armamento, que diz ser “o inventário definitivo” do material furtado na quarta-feira nos Paióis Nacionais de Tancos, no distrito de Santarém, distribuída às forças antiterroristas europeias.
O jornal espanhol publicou uma lista, que inclui 1.450 cartuchos de munição de nove milímetros, 18 granadas de gás lacrimogéneo e 150 granadas de mão ofensivas, garantindo tratar-se do “inventário definitivo que já foi enviado às forças antiterroristas espanholas”.
Contactado pela agência Lusa, o Exército escusou-se a comentar a notícia.
O Exército anunciou na quinta-feira que foi detetada na quarta-feira, ao final do dia, a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ‘paiolins’, tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.
Na sexta-feira, o Exército acrescentou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira estão “granadas foguete anticarro”, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.
Em declarações à SIC, o chefe do Estado-Maior do Exército, reconheceu que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis” e admitiu a possibilidade de fuga de informação.
No sábado, o Exército anunciou que foram reforçadas as medidas de segurança nos Paióis Nacionais de Tancos e determinadas inspeções a estes paióis e aos de Santa Margarida.
Em comunicado, o Exército referiu ainda que serão instaurados vários processos de averiguações e instaurado o sistema de vigilância eletrónica ainda em 2017.
Estas medidas acrescem às exonerações anunciadas pelo chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, de cinco comandantes de unidades do ramo para não interferirem com os processos de averiguações sobre o furto de material de guerra em Tancos.
Os militares exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, tenente-coronel Correia, o comandante do Regimento de Infantaria 15, coronel Ferreira Duarte, o comandante do Regimento de Paraquedistas, coronel Hilário Peixeiro, o comandante do Regimento de Engenharia 1, coronel Paulo Almeida, e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército, coronel Amorim Ribeiro.
O general Roviso Duarte confirmou ainda a relação do armamento roubado noticiada pelo Diário de Notícias, 44 lança-granadas, quatro engenhos explosivos, 120 granadas de mão e 1.500 munições de nove milímetros, e adiantou que o furto terá ocorrido “noite/madrugada” entre duas rondas.
O general reiterou que “pessoalmente” admite a possibilidade de ter havido fuga de informação face às “evidências” conhecidas, frisando que foram escolhidos dois paióis específicos em 20 e não eram os que estavam mais próximos da entrada.
Além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, vai decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades, disse.
A lista divulgada pelo jornal El Español:
– 1.450 cartuchos de 9 mm
– 22 bobinas de fio para ativação por tração
– Um disparador de descompressão
– 24 disparadores de tração lateral multidimensional inerte
– Seis granadas de mão de gás lacrimogéneo CS / MOD M7
– 10 granadas de mão de gás lacrimogéneo CM Anti-motim M / 968
– Duas granadas de mão de gás lacrimogéneo Triplex CS
– 90 granadas de mão ofensivas M321
– 30 granadas de mão ofensivas M962
– 30 granadas de mão ofensivas M321
– 44 granadas foguete antitanque carro 66 mm com espoleta M4112A1 com lançamento M72A3 –M/986 LAW
– 264 unidades de explosivo plástico PE4A
– 30 CCD10 (Carga de corte)
– 57 CCD20 (Carga de corte)
– 15 CCD30 (Carga de corte)
– 60 iniciadores IKS
– 30,5 lâminas KSL (Lâmina explosiva)
// Lusa
Se parte deste material de guerra for usado num ataque terrorista em Espanha, os espanhóis têm legitimidade para bombardear e exterminar todos os portugueses?