Após a ameaça de boicote por parte de várias comitivas, Comité Paralímpico Internacional alterou a decisão do dia anterior.
A lenda indica que, sempre que havia Jogos Olímpicos na Grécia Antiga, a guerra parava. Havia uma espécie de “trégua sagrada”.
Mesmo se houvesse conflitos entre cidades-estado, as armas eram guardadas durante os Jogos.
Em 2022 a lenda não é real: os Jogos Paralímpicos de Inverno, em Pequim, não vão contar com a participação de qualquer atleta, nem da Rússia, nem da Bielorrússia.
A decisão do Comité Paralímpico Internacional foi transmitida nesta quinta-feira, véspera da cerimónia de abertura.
A invasão russa à Ucrânia, que parcialmente partiu da Bielorrússia, originou esta medida histórica.
Esta medida anula a decisão do dia anterior, quando se soube que russos e bielorrussos iriam participar no evento, mas sem bandeiras dos respectivos países. E sem direito a entrarem no quadro de medalhas.
No entanto, a pressão das outras comitivas alterou esta decisão: “O desporto e a política não se devem misturar. Mas este caso é diferente. Vários países ameaçaram abandonar os Jogos Paralímpicos, se os atletas de Rússia e Bielorrússia participassem”.
“A situação na vila olímpica está diferente e a segurança dos atletas já não estava assegurada”, justificou Andrew Parsons, presidente do Comité Paralímpico Internacional, que pediu desculpas aos russos e bielorrussos.
“Pedimos desculpa aos paralímpicos dos países afectados. Vocês estão a ser prejudicados por causa das decisões dos governos dos vossos países. Vocês são vítimas das acções dos vossos governos“, reforçou.
Os Jogos Paralímpicos de Pequim iriam ter 83 atletas de Rússia e Bielorrússia.