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Joacine Katar Moreira passa a deputada não inscrita (e diz que nasceu para estar na AR)

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TIago Petinga / Lusa

Joacine Katar Moreira foi recebida, na manhã desta segunda-feira, pelo presidente da Assembleia da República, que já anunciou que a deputada irá passar a não inscrita.

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, anunciou que a deputada Joacine Katar Moreira, eleita pelo Livre nas eleições Legislativas de outubro de 2019, deixa, esta segunda-feira, de representar o partido e passa a deputada não inscrita.

Segundo o jornal Público, o presidente da AR anunciou esta mudança no arranque da reunião do plenário para discutir o Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020) na especialidade, depois de uma “rápida reunião” com a deputada e com a direção do Livre.

Com a passagem à condição de independente, a subvenção ao Livre permanecerá intacta, enquanto o montante atribuído à deputada para o apoio ao trabalho parlamentar diminui de 117 mil euros para 57 mil euros anuais. De acordo com o matutino, Joacine Moreira também deverá mudar o seu lugar da segunda fila no Parlamento para outra mais atrás.

“Teremos que tomar algumas medidas para o quadro” de tempos e da votação para as próximas reuniões do plenário e também sobre “o lugar onde a senhora deputada está sentada”, declarou Ferro Rodrigues.

“Agradeço que haja, no meio destas dificuldades todas, o bom senso de hoje, que permita que possamos avançar sem mais problemas”, pediu ainda.

“Optámos pelos nossos valores”

Em declarações aos jornalistas, depois do breve encontro com Ferro Rodrigues, o porta-voz do Livre, Pedro Mendonça, também já confirmou esta decisão.

“Não era este o nosso desejo, não foi absolutamente para isto que trabalhamos anos e anos. Mas em política há escolhas a fazer: podíamos ter optado por manter um cargo político, um cargo público, ou manter os nossos valores, as nossas ideias, os nossos métodos de trabalho”, cita o jornal Observador.

“Infelizmente, Joacine Katar Moreira não quis trabalhar connosco. Por isso, entre um cargo político e os nossos valores, optámos pelos nossos valores“, afirmou o representante do partido, admitindo que a perda do mandato é um “sério revés” para o partido.

“Nasci para estar ali”

No sábado, a deputada participou numa manifestação antirracista e anti-violência policial, em Lisboa, tendo reagido pela primeira vez à decisão do Livre de lhe retirar a confiança política, uma decisão que foi aprovada com 83% de votos favoráveis.

“Que ninguém me diga que eu não estou onde devia estar. Eu nasci para estar ali. Eu vou continuar ali. Eu não me imagino em mais sítio nenhum hoje”, acentuou a deputada.

“Enquanto a minha gaguez não desaparecer na Assembleia, eu não saio de lá também. Vamos continuar a trabalhar com a confiança de uns e sem confiança de outros. A mim interessa-me quem confia em mim e quem votou em mim”, salientou numa intervenção entusiasmada e que mereceu os aplausos dos presentes, cujo vídeo foi partilhado na sua página do Facebook.

ZAP // Lusa

12 Comments

  1. Não sei qual seria a intenção de votos, se as eleições fossem hoje.
    Esta senhora foi eleita por um partido, e estou convencido que muita gente votou no partido Livre, e não na senhora em si mesma.
    Por isso, o argumento de que “…interessa-me quem confiou em mim e quem votou em mim…” teria de ser revisto se houvesse eleições, certamente.

  2. Eu não acredito, ainda temos que pagar um salário a esta fulana!? Claro que ela não quer sair, recebe um salário que jamais receberia a trabalhar, pudera.

  3. Quem é que não nasceu para lá estar a ser paga para nada fazer, se é que sabe fazer alguma coisa!
    Vergonhoso, quando sair à rua olhe bem sempre por cima do ombro porque nunca se sabe!

  4. Ela devia estar numa AR africana já que defende os interesses dos africanos. Numa AR portuguesa deve-se defender os interesses dos portugueses

      • Os Africanos nascidos em Portugal ou de qualquer outra origem são portugueses. Contudo acho que como portugueses devemos defender mais a nossa cultura e património. Veja-se Lisboa entregue aos estrangeiros que se encontra completamente descaracterizada do que era à 30 anos atrás. Acho que não se deve embandeirar tanto o racismo, ele existe para os dois lados, lá porque acontece um crime não quer dizer que seja logo racismo. E o que importa é defender é as pessoas, ou a cor da pele? Para mim o mais importante é defender as pessoas seja lá a cor da pele a que for. Acho que deviramos trocar as prioridades, está na moda o racismo e feminismo, acho que se deveria debruçar bastante mais sobre estes dois temas.

      • Muito Obrigado. A Globalização tem sido inevitável! Os Portugueses também andam por esse Mundo fora… Muitos com cargos de responsabilidade nos Países “adoptivos”! “As ditaduras da moda” são realmente um problema grave! Vão surgindo novos e graves problemas no Mundo…Temos de estar sempre atentos…

      • … a menos que mude de cidadania, não vejo como um africano pode nascer em Portugal que por enquanto ainda fica na Europa.
        Respeitem as pessoas pela sua idoneidade, independentemente da cor e o resto é conversa.
        Quanto à senhora da notícia é mais uma inútil no meio de tantos que lá estão e foi eleita bem ou mal por uma “cruzinha” que dizia “Livre”, penso que está tudo dito.

      • Os africanos que nasceram em portugal, quando eleitos pelos portugueses e estando numa AR portuguesa devem defender os interesses dos portugueses. E não defender os interesses africanos em detrimento dos portugueses, que foi o que ela fez. Se fosse um ucraniano no parlamento a fazer o mesmo, a conversa era a mesma. Já que se considera portuguesa devia zelar pelo bem da nação e não prejudicá-la. Aliás, se quer tanto defender os interesses africanos e com a licenciatura que o estado português lhe deu, com os conhecimentos adquiridos seria mais útil lá, em África a ajudá-los. Talvez fosse mais útil se se juntasse a uma ONG.

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