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Ivanka prepara-se para ser Presidente, o cargo que o pai nunca quis ocupar

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Felipe Trueba / EPA

No livro “Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump”, Michael Wolff relata confrontos entre Trump e o seu círculo mais próximo.

É já na próxima terça-feira que o livro do jornalista Michael Wolff, “Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump”, vai ser lançado. Nas suas páginas, o autor faz uma série de revelações e relatos explosivos, que contaram com a ajuda de Steve Bannon, ex-assessor do Presidente dos EUA.

O livro, baseado em mais de 200 entrevistas com o presidente, o seu círculo mais íntimo e outras pessoas da administração, tem prometido informações que deixam cidadãos de todo o mundo intrigados. Por isso, alguns jornais fizeram compilações de algumas das maiores revelações que contém a obra.

O The Guardian, por exemplo, assegura que Ivanka Trump se prepara para ser Presidente dos EUA. A filha e o genro de Donald Trump terão feito um acordo, segundo o livro, sobre quem irá concorrer um dia à presidência dos EUA. “A primeira mulher presidente dos Estados Unidos não poderia ser Hillary Clinton. Tem de ser Ivanka“, assegura o autor.

Depois de deixar a Casa Branca, quem terá também decidido concorrer à presidência dos EUA é Steve Bannon, assegura o livro. “A frase ‘se eu fosse Presidente…’, começou a dar lugar a frases começadas por ‘quando eu for presidente…‘”. O autor do livro conta também que Bannon terá cortejado os principais doadores republicanos, “fazendo o que podia para os ‘engraxar'”.

O livro fala na primeira proibição de entrada de muçulmanos nos EUA, emitida para o caos e protestos nos aeroportos dos EUA, e que causou consternação entre os funcionários da Casa Branca. Bannon afirmou que a proibição foi publicada no final de uma sexta-feira precisamente para irritar e provocar os liberais, “então os flocos de neve apareceriam nos aeroportos e na revolta”.

No livro, o autor conta ainda que o Presidente dos EUA conversou com o empresário norte-americano Rupert Murdoch sobre a política de imigração que, alegadamente, terá levado o magnata dos media a rotular Trump de “um grande idiota”.

Filho de Trump reuniu com os russos

Entre outras coisas, o livro revela que o ex-assessor de Trump, Steve Bannon, considera uma reunião em junho de 2016, entre Donald Trump Jr, Jared Kushner, Paul Manafort e a advogada russa Natalia Veselnitskaya que ofereceram informações incriminadoras sobre Hillary Clinton na Trump Tower, foi “um ato de traição”, antipatia”, e uma “merda“.

Bannon também afirma que Trump sabia da reunião e que chegou a conhecer os russos envolvidos: “A probabilidade de Donald Trump Jr não ter levado os russos até ao escritório do pai no 26º andar é de 0%”.

Perguntado pelo presidente-executivo da Fox News, Roger Ailes, o que Trump tinha “conseguido entrar com os russos”, Bannon respondeu: “Basicamente, ele foi à Rússia a pensar que iria encontrar Putin, mas o Putin não queria saber dele. Então ele continuou a tentar”.

Em conversa com o autor do livro, Bannon avisou que a investigação da alegada ingerência russa nas eleições iria culminar com lavagem de dinheiro e previu: “Eles vão esmagar Trump Jr como um ovo na televisão nacional”.

Trump nunca quis ganhar as eleições

No polémico livro do jornalista Michael Wolff, o autor conta que nunca ninguém na campanha de Trump esperou ganhar as eleições presidenciais, nem mesmo o próprio Trump.

Na realidade, o agora Presidente dos Estados Unidos da América, que veio suceder a Barack Obama, via as eleições e a campanha pré-eleitoral como uma alavanca para uma carreira política ou na televisão.

Segundo o autor, Melania Trump terá mesmo ficado “horrorizada” com a perspetiva da vitória.

Na noite das eleições, quando se tornou claro que Trump podia, de facto, ganhar a Hillary Clinton e mudar-se para a Casa Branca, de acordo com o livro, “Melania ficou em lágrimas – e não foi de alegria”. O diretor de comunicação da primeira-dama rejeitou essa afirmação e disse que o livro só poderá ser “vendido na secção de ficção científica”.

Apesar disso, ao saber que tinha ganho, Donald Trump ignorou os medos de toda a sua equipa – e da própria esposa – e ficou radiante. “Isto é maior do que alguma vez sonhei” e “ganhámos completamente” foram as frases mais ouvidas durante essa noite.

Depois disso, Trump não terá gostado da própria tomada de posse, que tanta polémica causou. “Estava com raiva”, lê-se no livro.

Trump tenta travar publicação do livro

O Presidente dos EUA tentou travar a publicação do livro, que estava prevista para a próxima terça-feira, e acabou por fazer com que a publicação fosse antecipada para esta terça-feira.

Podem comprá-lo (e lê-lo) amanhã. Obrigado, sr. Presidente“, foi assim que a equipa por trás do livro de Michael Wolff respondeu ontem a uma intimação da equipa de advogados de Donald Trump para que o livro não fosse posto à venda.

Depois disso, o Presidente dos EUA recorreu ao Twitter para dizer que a obra está repleta de mentiras, uma vez que Trump nunca terá autorizado que o jornalista acedesse à Casa Branca.

A ira de Trump dirigida contra Wolff surgiu depois de o Presidente ter emitido um comunicado raro a condenar o seu ex-confidente Bannon, um homem ligado à extrema-direita norte-americana que se juntou à campanha republicana em agosto de 2016 e que integrou o atual governo dos EUA até agosto seguinte.

“Steve Bannon não tem nada a ver comigo ou com a minha presidência”, garantiu Trump. “Quando foi despedido, perdeu não só o emprego como a cabeça“.

Logo a seguir, a porta-voz da Casa Branca disse aos jornalistas que o Presidente está “furioso e enojado” com os ataques de Bannon à família Trump, entre eles acusar o filho mais velho do Presidente, Donald Trump Jr., de ter participado num encontro “não-patriótico” que representa um crime de “traição” à pátria, e dizer que Ivanka Trump é “burra que nem uma porta” e que o seu desejo é tornar-se “na primeira mulher Presidente” da América.

Esta tarde é esperado que o autor dê a sua primeira entrevista sobre o livro ao canal NBC, depois de especialistas terem garantido que Trump não tem hipótese de impedir que a obra seja posta em circulação.

ZAP //

5 Comments

      • Mas quem vai engolir, ela? E as palavras de quem, dela própria, do seu pai ou de quem? É que aquelas de que me servi não são minhas.

    • Ó Rui, podia adjectivar essa gente de outro modo. Compara-la a burros é ofender os pobres quadrúpedes. É que os burros são bem mais inteligentes do que o que se pensa. Pelas observações que já fiz, fiquei com a ideia de que esses animais até têm capacidade de raciocinar, coisa que parece não existir no reduto trumpiano.

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