Investigadores descobrem mais de 8 mil bugs em pacemakers

Lucien Monfils / Wikimedia

Radiografia de um paciente com um pacemaker

Radiografia de um paciente com um pacemaker

Se consideramos preocupante que um hacker possa infiltrar-se no nosso computador usando uma vulnerabilidade ainda desconhecida, o que dirão as pessoas com pacemakers que garantidamente se sabe estarem repletos de vulnerabilidades?

Em fevereiro, a empresa alemã de segurança de dados G Data tinha já descoberto um problema com os transmissores dos pacemaker, que permitiam verificar o status do aparelho e a sua configuração de forma remota, com a única exigência de que o paciente estivesse fisicamente nas proximidades de ação do transmissor.

A G Data dizia ainda terem sido descobertas bombas de insulina vulneráveis à administração remota de doses incorretas, inclusivamente letais.

Agora, um novo estudo veio revelar um panorama desolador na maioria dos pacemakers com comunicação rádio, que nem sequer usa qualquer tipo de segurança para permitir a comunicação ou alteração dos seus parâmetros, revela o Engaget.

Apesar disso, o estudo minimiza os riscos reais, realçando que é necessário ter o equipamento adequado para essa comunicação, e de que seria necessário estar praticamente encostado à pessoa para o fazer.

Mas esta despreocupação não é partilhada por todos os especialistas de segurança…

Matthew Green, professor assistente de Computer Science no Johns Hopkins, acusa o estudo de não referir os maiores e mais graves problemas: que é possível comunicar com os pacemakers usando hardware não oficial e que tenha sido concebido para permitir comunicações a distâncias superiores aos sistemas oficiais.

Esses dois factores permitem todo o tipo de cenários apocalípticos, em que por exemplo um atacante poderia matar uma pessoa a dezenas de metros de distância – e de forma que passaria completamente despercebida.

Outra falha encontrada diz respeito à recolha de informações e dados dos pacientes, que são guardados sem qualquer password ou mecanismo de segurança.

Parece ficção científica, mas como muitas vezes tem sido demonstrado, a ficção científica só o é até que alguém se encarregue de a transformar em realidade – especialmente nesta era da Internet das Coisas, em que tudo está cada vez mais ligado.

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