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Inspetores do SEF suspeitos de assassinar ucraniano foram identificados em carta anónima

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Os três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) suspeitos de assassinar um ucraniano no aeroporto de Lisboa foram identificados numa carta anónima enviada à Polícia Judiciária (PJ).

De acordo com o semanário Expresso, a carta, que chegou à sede da PJ alguns dias depois de Ihor Homeniuk ter morrido, era escrita a computador e descrevia detalhadamente a forma como o imigrante tinha sido espancado no dia anterior a ser encontrado morto numa sala do Centro de Instalação Temporária do SEF.

A carta identificava o nome de dois dos três alegados autores do espancamento: dois inspetores do SEF com mais de 12 anos de serviço e conhecidos do pessoal que trabalha no aeroporto de Lisboa. O terceiro suspeito, que não estava identificado na carta, é um agente da Polícia Marítima que entrou para os quadros do SEF há pouco tempo.

Na altura em que recebeu a carta, a PJ já sabia que Ihor não tinha sido vítima de um ataque de epilepsia ou de uma paragem cardiorrespiratória, mas sim de homicídio.

Os três inspetores do SEF, que podem arriscar uma pena de prisão de até 25 anos por homicídio qualificado, estão em prisão domiciliária. Uma enfermeira, dois socorristas da Cruz Vermelha e o médico do INEM que declarou o óbito estão igualmente a ser investigados, depois de terem assistido o cidadão ucraniano.

O caso foi revelado pela TVI, que adiantou que o cidadão ucraniano, proveniente da Turquia, queria entrar em Lisboa, mas foi barrado na alfândega do aeroporto pelo SEF, que o impediu de entrar enquanto turista.

O SEF decidiu que o imigrante embarcaria no voo seguinte de regresso à Turquia, mas, entretanto, o homem terá reagido mal ao impedimento de entrar em Portugal. Foi levado para uma sala de assistência médica, no Centro de Instalação Temporária do aeroporto, onde terá sido torturado e morto.

O relatório da autópsia aponta que agressões na zona da caixa torácica que levaram a asfixia provocaram a morte do imigrante de leste.

Na sequência deste caso, o diretor e o subdiretor da Direção de Fronteiras de Lisboa do SEF foram demitidos na passada segunda-feira.

ZAP //

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3 Comments

  1. Que tristeza para Portugal e a nossa maneira de receber. Quando li custava a acreditar li duas vezes esperando algum engano. Quando me apercebi que era verdade, senti verdadeira repulsa nao havendo nada que justifique tal açao, mesmo, se a referida pessoa se tivesse portado muito mal. Enfim tempos de hoje que nao compreendo, ou pessoas muito mal formadas,

  2. Às vezes fico a pensar se, quando estou a falar com um qualquer agente de autoridade, se não estarei à frente dum sujeito da pior espécie. Indivíduos como estes não podem apanhar nem um minuto a menos do que a pena máxima ou as instituições policiais não podem mais ter qualquer crédito. Bem, pelo menos não foi com um negro senão já estávamos fartos de ouvir os do costume. É irónico não haver qualquer justificação para esta barbárie pois nem sequer existe racismo para nos ajudar a compreender (mas não a aceitar). A única coisa que nos sobra, a nós como sociedade em que esses indivíduos se inserem, é um sentimento de vergonha e uma sensação de horror.

  3. Era bom que as pessoas em geral e quem escreve comentários em particular tivesse sempre presente um princípio basilar do estado de direito: a presunção da inocência. Esse conceito seria talvez mais fácil de interiorizar se fosse o Mauricio Lopes ou o P. Ribeiro a serem acusados de um crime. A acusação não é um veredicto, mas um ponto de partida para a descoberta da verdade. Sem a presunção de inocência, qualquer um de nós seria, à partida, condenado e não faria qualquer sentido o julgamento. Pensem nisso.

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