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Inquérito contra Dias Loureiro e Oliveira e Costa arquivado “com insinuações”

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O Ministério Público informou que arquivou esta terça-feira o inquérito contra Dias Loureiro e José de Oliveira e Costa relacionado com o caso BPN.

O Ministério Público justifica o despacho de arquivamento com o facto de não ter sido possível identificar, “de forma conclusiva, todos os factos suscetíveis de integrar os crimes imputados aos arguidos”, após análise de “informação bancária relativa às operações e aos sujeitos intervenientes”.

O ex-ministro e ex-deputado do PSD Dias Loureiro e o antigo presidente do BPN e ex-secretário de Estado José de Oliveira e Costa estavam indiciados pelos crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada.

“Não obstante as diligências realizadas, não foi possível reunir prova suficiente, suscetível de ser confirmada em julgamento, da prática dos crimes imputados a estes arguidos e ao cidadão libanês, suspeito Abdul al-Assir“, adianta a comunicação do Ministério Público.

O arquivamento do inquérito, que decorreu no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, abrangeu um outro arguido, Luís Caprichoso, ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios, com o Ministério Público a entender que “não praticou” o crime de fraude fiscal qualificada “que lhe foi imputado”.

A investigação visou a “prática de factos conexos com o Grupo BPN/SLN, com o negócio de venda da sociedade REDAL, de Marrocos, e com a aquisição de uma participação de 25% do capital da sociedade BIOMETRICS, de Porto Rico”.

Dias Loureiro está estarrecido “com insinuações”

Em declarações ao DN, o antigo ministro de Cavaco Silva e ex-dirigente do PSD afirma-se “estarrecido e preocupado” com o despacho de arquivamento do Ministério Público.

Dias Loureiro sublinha que esteve “oito anos sob suspeita, e tudo devido a um inquérito”. “Estamos a falar do arquivamento de um inquérito”, sublinha o antigo ministro social-democrata, lembrando que foi ouvido pelas autoridades numa única ocasião, há oito anos, altura em que lhe apresentaram os factos e os crimes de que era indiciado.

“Fico estarrecido com isto. Estarrecido e preocupado”, diz Dias Loureiro, lembrando que nestes oito anos sempre manteve o silêncio, e que foi nesse estado que foi assistindo a “fugas de informação sistemáticas, para agora se fazer um arquivamento com insinuações”.

O antigo dirigente do PSD, ainda em declarações ao DN, estranha que a acusação tenha passado oito anos a investigar, “oito anos em que viram tudo o que tinham para ver” da vida dele, para agora arquivarem o processo mantendo dúvidas.

“Se tinham dúvidas deviam ter usado o contraditório, se tinham dúvidas perguntavam“, diz Dias Loureiro.

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. Não se queixem quando a justiça começar a ser feita pelas próprias mãos pois essa é a única que realmente funciona!!!

  2. Então tem razão em pedir uma indemnização por estarem oito anos a serem acusados de corruptos e que originou ao Dr. Dias Loureiro ter de sair do País, coitado ( será que foi com vergonha ? ).
    Isto vem confirmar que os compadres não se podem atingir uns aos outros.
    Realmente não se queixem quando a justiça começar a ser feita pelas próprias mãos ( ora nesta ocasião entra a GNR para defender os corruptos ).
    Já no tempo do Dr. Salazar os portugueses eram considerados os carneiros da Europa pois acreditavam em tudo o que lhes diziam. CHIÇA QUE ISTO ESTÁ UMA BAGUNÇA.

  3. É preciso ter vergonha……pelo menos para quem saiba o que isso é.
    A Justiça em Portugal se calhar é o que merecemos….
    Será que ninguém vê que a principal causa do ponto onde nós chegamos é causada pelo fato de alguns poucos que julgam só conseguirem olhar para o umbigo.
    É pena ver até onde chega a indecência.

  4. Conclusão:
    Não houve sequer má gestão do BPN, quanto mais “mão criminosa”, mas o banco extinguiu-se com a intervenção do estado e do dinheiro público.
    Houve motivo para um grande alarido do MP com suspeitas de crimes, que se mostraram infundadas ao fim de 8 anos.
    A SLN e outras siglas são como o holocausto (para alguns), nunca existiram.
    O dinheiro, o nosso dinheiro, que o estado “enfiou” nesta confusão para solucionar o problema foi alguma invenção de pessoas maldosas, afinal não foi bem assim…
    Muito credível este sistema judicial…

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