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Infarmed garante ter stock de remdesivir, apesar da compra massiva dos EUA

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Mohamed Hossam / EPA

Depois da notícia de que os EUA compraram à empresa Gilead Sciences praticamente toda a reserva para três meses do medicamento remdesivir, o primeiro aprovado no país no tratamento de covid-19, o Infarmed garante que tem stock disponível.

Em comunicado esta terça-feira divulgado, o departamento de saúde dos Estados Unidos informa que “assegurou mais de 500 mil ciclos de tratamento do medicamento para hospitais americanos até setembro”, o que equivale a “100% da produção prevista da Gilead para julho (94.200 ciclos), 90% da produção em agosto (174.900 ciclos) e 90% da produção em setembro (232.800 ciclos), além de uma verba para ensaios clínicos”.

Agora, o Infarmed não antecipa que venha a haver problemas no fornecimento deste medicamento em Portugal. A autoridade nacional do medicamento informa ter confirmado junto do “laboratório titular do medicamento remdesivir” que este “antecipa que não venha a existir qualquer constrangimento no acesso ao tratamento por parte dos doentes portugueses, tendo a garantia de acompanhamento conjunto da situação”.

A secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, disse que não há “nenhum sinal de que uma intervenção do género da que os EUA providenciaram pudesse ser visto como positivo por parte da comunidade médica em Portugal”. Além disso, informou que “houve uma utilização pontual quando essa análise foi feita por parte dos médicos e perante os casos clínicos em concreto”.

Só com uma resposta do lado da empresa é que conseguiremos adiantar se este recurso, nos termos em que estava a ser utilizado em Portugal, está salvaguardado”, acrescentou.

CE está a negociar compra de remdesivir

A Comissão Europeia também está a negociar com a empresa produtora a compra e reserva do medicamento remdesivir, anunciou hoje a instituição, sem pormenores.

“A comissária Kyriakides (Stella Kyriakides, da área da Saúde e Segurança dos Alimentos) tem estado em múltiplas conversações com o produtor, Gilead, incluindo em relação à sua capacidade de produção. A Comissão está atualmente também em negociações com a Gilead para reservar doses de Remdesivir. Dada a confidencialidade destas conversações, não podemos partilhar mais detalhes neste momento”, disse à Lusa Stefan de Keersmaecker, porta-voz da Comissão Europeia, responsável pelo tema de saúde pública.

De acordo com o porta-voz da Comissão Europeia “proteger a saúde de todos os cidadãos é uma prioridade central da Comissão Europeia” e a decisão de “agilizar o processo de disponibilizar uma autorização de marketing para remdesivir nos próximos dias comprova o compromisso de assegurar que tratamentos com provas científicas de eficiência no tratamento contra o Covid-19 estão disponíveis para os cidadãos europeus”.

“A Comissão toma nota do anúncio feito em relação às doses disponíveis para os EUA”, disse também o porta-voz.

A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, tem dito que “o mundo só será livre desta pandemia quando estiverem disponíveis vacinas, testes e tratamentos acessíveis a todos os que deles necessitem”.

Hoje em Genebra, numa conferência de imprensa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) também foi questionada sobre o assunto. Mike Ryan, do programa de emergência em saúde, disse que a OMS estava informada sobre a situação, mas disse que fariam outros comentários quando a situação concreta, e os “arranjos” com outros fabricantes, fosse analisada.

“Muitas pessoas em todo o mundo estão muito doentes com esta doença e queremos garantir que todos tenham acesso as intervenções que podem salvar as suas vidas”, disse, acrescentando: “Queremos ver quais são as implicações, mas podemos afirmar que estamos plenamente comprometidos, com os nossos parceiros, para o acesso equitativo aos medicamentos que podem salvar vidas”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. O Fauci embusteiro vai lucrar bastante com este medicamento! Nisso ninguém fala, se fosse o Trump já não havia água que o lavasse .

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