O Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP) admitem o cenário de ficarem sem métricas para divulgar nos próximos meses.
De acordo com o Jornal de Negócios, tanto o Instituto Nacional de Estatística (INE) como o Banco de Portugal (BdP) admitem o cenário de ficarem sem métricas para divulgar. Na sequência da crise provocada pela pandemia de Covid-19, as empresas deixaram de ter capacidade para cumprir o preenchimento de formulários e inquéritos habituais que estão na base da produção de dados para analisar.
“É possível que venham a observar-se alterações” ao calendário de divulgação estatística, avisou o INE, a 13 de março. Na sexta-feira, disse que “tentará manter a sua atividade regular”, mas admitiu que é “natural alguma perturbação associada ao impacto da pandemia na obtenção de informação primária”.
O Banco de Portugal assumiu os mesmos riscos, quando contactado pelo diário. “A produção depende das fontes estatísticas, como sejam o reporte por parte de um número alargado de instituições, e do acesso e disponibilidade de dados administrativos”, explicou fonte oficial.
“A falta do reporte por parte de alguns agentes, sobretudo os de maior dimensão, poderá ter impactos na produção estatística, refletindo-se quer ao nível da tempestividade, quer ao nível da disponibilidade”, acrescentou.
Apesar de o BdP continuar a manter o contacto com os principais reportantes, de forma a tentar assegurar que a informação lhe continua a chegar, nada está garantido. A convicção de que o risco vai deixar a economia sem painel de controlo é elevado, escreve o Negócios.