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Índia transforma carruagens de comboios em enfermarias de isolamento

A empresa estatal indiana responsável pela ferrovia está converter as carruagens dos comboios, entretanto parados, em enfermarias para receber pacientes infetados com o coronavírus.

Pela primeira vez em 167 anos, a rede ferroviária mais antiga do continente asiático está encerrada, depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ter decretado, no passado dia 25 de março, o confinamento total do país para combater o coronavírus.

Com o anúncio destas medidas, a Indian Railways decidiu suspender todos os seus serviços de passageiros até 14 de abril e, agora, conta a estação televisiva CNN, esta empresa estatal vai converter o maior número possível das suas 20 mil carruagens em enfermarias de isolamento para pacientes infetados.

A empresa, uma das maiores do mundo no setor ferroviário e principal empregadora na Índia, já opera mais de 125 hospitais neste país, logo, tem também uma grande experiência para poder expandir estas enfermarias.

“Agora, as ferrovias vão oferecer um ambiente limpo e higienizado para os pacientes poderem recuperar confortavelmente”, afirmou no Twitter Piyush Goyal, ministro das Ferrovias, Comércio e Indústria do Governo indiano.

https://twitter.com/PiyushGoyal/status/1243817707423727616

Cada carruagem poderá acomodar até 16 pacientes, uma enfermaria, um gabinete médico e um espaço destinado ao armazenamento de suprimentos e equipamentos  médicos.

Uma vez prontos, os comboios serão enviados para qualquer local que possa estar a enfrentar uma sobrecarga nos hospitais devido a um potencial aumento de casos positivos.

Além disso, o Governo também instruiu as fábricas ferroviárias a avaliar a viabilidade de fabricarem camas hospitalares, macas, carrinhos médicos, máscaras, desinfetantes, aventais e outras ferramentas médicas, como ventiladores, para serem usados nestes hospitais ferroviários e outros hospitais estatais.

Apesar de o número de infetados na Índia ser ainda baixo — mais de quatro mil casos e mais de uma centena de mortes —, as autoridades sanitárias estão em alerta com a possibilidade de o sistema de saúde poder ficar rapidamente sobrecarregado.

De acordo com os dados da OCDE, o país, que tem 1,3 mil milhões de habitantes, tem apenas 0,5 camas por cada mil pessoas. E a maior oferta está concentrada nas grandes áreas urbanas, sendo que a sua disponibilidade difere muito entre estados.

ZAP //

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