O inquérito preliminar às causas do incêndio na catedral de Notre-Dame, em Paris, afasta a tese de ato criminoso e privilegia as hipóteses de cigarro mal apagado ou falha elétrica.
Dois meses após o incêndio de Notre-Dame de Paris, a procuradoria de Paris disse esta quarta-feira que o fogo na catedral não teve origem criminosa e abriu uma investigação judicial por danos involuntários devido à violação das regras de prudência e segurança.
Na origem no fogo, disse o procurador Rémy Heitz ao Le Fígaro, pode ter estado um cigarro mal apagado ou no mau funcionamento do sistema elétrico. Neste momento, “não é possível privilegiar apenas uma das hipóteses”.
A investigação passa agora para uma fase “mais profunda”, “incluindo trabalhos especializados substanciais”, acrescentou. O inquérito preliminar está, porém, encerrado. “De acordo com o que conseguimos apurar está posta de lado a intenção criminosa“, disse Heitz.
O incêndio de 15 de abril destruiu todo o telhado da catedral francesa e o enorme pináculo que marcava um dos pontos mais icónicos da paisagem de Paris. Ainda assim, os bombeiros, que demoraram 15 horas a controlar as chamas, conseguiram salvar os principais campanários e muros externos do desmoronamento antes de extinguir o incêndio.
Algumas das principais relíquias do património da catedral, como a Coroa de Espinhos, que terá sido usada por Jesus Cristo na crucificação, foram retiradas a tempo pelo bombeiros. A investigação levada a cabo sobre a origem do incêndio aponta para acidente relacionado com obras que decorriam numa das alas do monumento.
A tragédia de Notre-Dame gerou mensagens de pesar e de solidariedade de chefes de Estado e de Governo de vários países, incluindo Portugal, bem como do Vaticano e da ONU. O Presidente francês, Emmanuel Macron prometeu que a catedral será reconstruida, no prazo de cinco anos.