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Não ajudar é “impensável”. Ação do Norte não vai impedir injeção do Estado na TAP

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António Cotrim / Lusa

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendeu, em entrevista ao podcast do Partido Socialista, que a providência cautelar colocada pela Associação Comercial do Porto (ACP) no quadro de uma ação judicial “não impedirá (em princípio) que possamos auxiliar a TAP”.

Na entrevista, o ministro das Infraestruturas disse que travar a ajuda do Estado à companhia “seria uma coisa absolutamente desproporcional. “Estão em causa centenas de fornecedores e milhares de trabalhadores. Não sou jurista, não quero arriscar, mas parecia-me absolutamente despropositado que fossemos impedidos de auxiliar uma empresa com cerca de 10 mil trabalhadores. Era impensável”.

Para Pedro Nuno Santos, a forma da Associação Comercial do Porto (ACP) manifestar o “descontentamento” com o plano de retoma de rotas não foi a melhor, apesar de considerar razoável a exigência de que a proporção de voos a partir do Porto seja a mesma que existia na era anterior à covid-19.

O ministro disse ainda que o consenso político sobre a necessidade de o Estar intervir na TAP “é esmagador”.

Além disso, Pedro Nuno Santos disse que o plano de auxílio à TAP foi uma imposição da Comissão Europeia (CE). “A opção que está em cima da mesa é a única” que Bruxelas “disse que estava disponível para a TAP”, disse o ministro.

Por outro lado, Pedro Nuno Santos acusou os acionistas privados de não estarem empenhados no futuro da empresa. “São interesses que não estão alinhados com os interesses do país e do povo português.”

O ministro denunciou a resistência dos privados, que não tem recursos para apoiar a TAP, em aceitar converter os créditos que têm sobre a empresa em capital. Pedro Nuno Santos disse que a empresa e o Estado não podem “aguentar muito mais tempo este braço-de-ferro”.

O ministro reiterou que a ajuda do Governo em 1,2 mil milhões de euros à TAP só será feita em troca de um conjunto de condições. Em causa um reforço dos poderes do Conselho de Administração na TAP.

Em relação ao plano de reestruturação e negócios que a TAP terá de apresentar nos próximos seis meses, Pedro Nuno Santos assinala que Portugal precisa “de uma companhia aérea com uma dimensão que permita suportar o turismo, apoiar as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, a ligação aos territórios com que temos ligações históricas, apoiar os nossos setores industriais e voar para o máximo possível de rotas de forma sustentável.”

A Associação Comercial do Porto interpôs uma providência cautelar junto do Supremo Tribunal Administrativo (STA) para impedir a injeção de 1,2 mil milhões de euros do Estado na TAP.

Juro mínimo de 3,78% pelo empréstimo do Estado

De acordo com o Jornal de Negócios, a TAP vai ter de pagar uma taxa mínima de 3,78% para aceder à injeção de capital  do Estado. A este juro mínimo podem-se somar, pelo menos, outros 50 pontos base, elevando a taxa mínima para 4,28%, caso a ajuda seja prorrogada

A definição desta taxa de juro tem em conta as dificuldades em que a companhia aérea se encontra.

O empréstimo à companhia aérea já foi autorizado por Bruxelas, mas falta serem negociadas as condições entre os acionistas privados e o Estado.

O financiamento tem maturidade a seis meses. O presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, e o presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho, admitiram que não será possível à empresa reembolsar o montante neste prazo.

ZAP //

 

6 Comments

  1. Nem mais um cêntimo para o buraco da Transportes Aéreos da Portela. Quando a carga fiscal já é enorme e mesmo assim não há ajuda à actividade das empresas saudáveis como um seguro de crédito de exportação a funcionar devidamente não pode haver lugar a estes desperdícios.

  2. Mas apoiar os socios gerentes é vetado pelo presidente Marcelo, porque supostamente fere a lei travão da despesa publica, e isso não pode ser.
    Portugal, país da paródia contínua

  3. É TUDO TRETAS, se o governo injetar o dinheirão na TAP NUNCA mais o VEmos, como Não vimos o que já la foi injetado durante anos a fio.
    O Sr. A. Costa que descasque este abacaxi já eu foi ELE que tanto fez p/ reverter a venda da TAP. Só pode ter ganho e mt c/ este tipo de atitude. Portugueses o Sr. A. Costa q desembolse do seu bolso a IRRESPONSABILIADE dele. Estamos cansados de sermos nós os trabalhadores portugueses que pagam a MÁ gestão q os politicos fazem á décadas ao (des)governar Portugal. BASTA. Os politicos têm de ser RESPONABILIZADOS pela sua Má gestão

    • Já que diz isso tudo, porque não faz nada? Prefere dizer criticas ao governo atrás de um computador? Se acha que estão a fazer uma má gestão, porque não esforça-se para entrar no governo e guiar o povo português para um futuro melhor? Vai dizer que não tem capacidades ou que teve uma família sem grandes posses? Mais vale estar calado quando não da a cara e não diz uma forma de poder resolver os problemas do nosso país.
      Só para saber eu n apoio o governo, eu apoio as pessoas que empenha-se, nem que o limite delas seja ser um simples trolha ou uma empregada domestica, mas que no final elas façam o seu melhor por Portugal.

  4. Colocando de lado questões Politicas e Partidárias, não posso deixar de ficar perplexa. Então a gentalha que trabalha doze horas por dia, que dá emprego e que contribui diariamente com o pagamento de Impostos não têm direito a nada e para injectar no falido BES, TAP e afins já não falta dinheiro?
    Pior ainda é que já se está a notar a actuação do nosso Governo perante a população em geral. Não param de andar na caça à multa e aos Impostos, mesmo que de repente inventem tributações que nunca existiram até então!!!
    Que País é este, onde são sempre os mais pobres e os da classe média que pagam para alimentar os grandes?

  5. Somos o pais onde burguesia, jogos politicos, as jogadas, o falar mais alto funciona…
    Portugal nao tem remedio.
    Este querer de ser maiores do que aquilo que ganhamos ou produzimos… nao da…
    Tap tem de ser ajustado ao pais real.

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