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Os Sussex não estão sozinhos. Pelo mundo fora, há outros membros que abandonaram as famílias reais

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Neill Hall / EPA

Em janeiro de 2020, a notícia de que o príncipe Harry e Meghan Markle iam abandonar os seus deveres na família real surpreendeu o mundo inteiro. Contudo, o casal não foi o único a descartar a vida na monarquia. Em todo o mundo, existem outros exemplos.

Um ano depois dos Sussex se mudarem para os EUA, e deixaram para trás os seus deveres como membros seniores da família real britânica, ainda fazem correr muita tinta na imprensa internacional.

Na última semana, o nome do casal tem sido ainda mais destacado, depois da entrevista que deram à apresentadora norte-americana Oprah Winfrey, e que foi transmitida no passado dia 7 de março.

As declarações de Harry e Meghan estão a causar muitas reações no mundo. Este distanciamento para com os Windsor faz lembrar outros casos em que membros da monarquia de todo o mundo preferirem viver longe dos holofotes reais.

Nos mais diversos exemplos, alguns foram expulsos, outros decidiram partir por razões pessoais.

Um dos exemplos mais próximos dos Sussex, e que muitas vezes foi termo de comparação com os mesmos, é o caso de Eduardo VIII.

O tio de Isabel II foi rei de Inglaterra entre 20 de janeiro e 11 de dezembro de 1936, mas acabou por abdicar por amor. Com poucos meses de reinado, Eduardo VIII causou uma crise constitucional ao propor casamento à americana Wallis Simpson, uma mulher que já se tinha divorciado duas vezes. A situação não caiu nas graças dos políticos britânicos, muito menos nas da família real.

Optando por não terminar o seu relacionamento com Wallis Simpson, Eduardo acabou por abandonar os seus deveres, sendo sucedido pelo seu irmão mais novo, Alberto, que escolheu o título de Jorge VI. Esta decisão fez com que a linha de sucessão ao trono se alterasse, e só por causa deste acontecimento é que Isabel II pode hoje ser rainha, pois caso o seu pai não se tivesse tornado rei, a monarca não teria sido herdeira direta.

Na Europa, há ainda outros exemplos de herdeiros que abdicaram ao trono.

Na Bélgica, Albert II, que foi rei durante quase 20 anos e pôs fim ao reinado em 2013 – altura em que anunciou que iria abdicar do trono. O monarca de 79 anos designou o seu filho de 53 anos, o príncipe Philippe, como seu sucessor.

Na altura, Albert II atribuiu a mudança à sua saúde debilitada e à idade avançada. Por outro lado, também tinha acabado de acontecer uma reviravolta na sua vida: descobriu que tinha uma filha ilegítima.

Em outubro do ano passado, o antigo rei encontrou-se pela primeira vez com a filha Delphine de Saxe-Cobourg, depois de anos de negações sobre a paternidade da recém-reconhecida princesa.

Na Noruega, a princesa Martha Louise, de 48 anos, também deixou de fazer parte da realeza. A herdeira informou que ia parar de usar o seu título oficial e que iria iniciar um novo caminho com o seu namorado Shaman Durek. Atualmente, os dois fazem palestras com foco na espiritualidade.

Fora da Europa, também acontecem situações semelhantes.

O dia 30 de abril de 2019 foi especialmente importante no Japão: pela primeira vez em 200 anos um imperador abdicou do trono. Akihito, com 85 anos, renunciou, abrindo assim caminho para o 126º imperador da ilha, o seu filho, o príncipe herdeiro Naruhito, de 59 anos.

O ex-monarca citou problemas de saúde como o motivo para renunciar. No entanto, para que tal acontecesse, o Japão teve que fazer alterações na sua legislação.

Um outro caso aconteceu nos Emirados Árabes Unidos. A princesa Haya bint al-Hussein nasceu com sangue real e o seu casamento também a encaminhou neste sentido. É filha do falecido rei Hussein da Jordânia e meia-irmã do atual rei, Abdullah II.

É também a sexta esposa do Emir de Dubai, Mohammed bin Rashid al-Maktoum. Porém, está a fugir dele. No verão de 2019, a princesa fugiu do país e veio refugiar-se na Europa alegando que recebia maus tratos por parte do marido.

Atualmente, Mohammed é acusado de manter as duas filhas em cativeiro. Shamsa e Latifa tentaram escapar, mas acabaram por ser apanhadas pelas autoridades do Dubai.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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