Alberto II da Bélgica conhece filha de relação extraconjugal pela primeira vez

TellMeMore Media / Flickr

O antigo rei Alberto II da Bélgica encontrou-se pela primeira vez com a filha Delphine de Saxe-Cobourg, depois de anos de negações sobre a paternidade da recém-reconhecida princesa.

De acordo com o jornal britânico The Independent, o encontro, que incluiu a esposa de Albert, a ex-Rainha Paola, ocorreu no domingo no Castelo Belvédère, residência oficial do casal real nos arredores de Bruxelas.

Numa declaração conjunta, os três disseram que “um novo capítulo começou, cheio de emoção, paz de espírito, compreensão e, também, esperança”, acrescentando que “cada um de nós foi capaz de expressar com calma e empatia os seus sentimentos e a sua experiência”.

“Depois da turbulência, das feridas e do sofrimento, é hora de perdão, cura e reconciliação. Juntos, decidimos seguir esse novo caminho. Vai exigir paciência e esforço, mas estamos determinados”.

Delphine de Saxe-Cobourg, 52 anos, venceu, no início deste mês, uma dura batalha legal de sete anos para se intitular princesa depois de o Tribunal de Bruxelas ter decidido que tinha os mesmos direitos e títulos reais que os outros três filhos do antigo rei.

A decisão do tribunal veio na sequência de testes de ADN que provaram que Delphine era, de facto, filha de Albert II, de 86 anos, que abdicou do trono em favor do seu filho, o rei Philippe, em 2013.

A identidade de Delphine tornou-se tema de debate público após a publicação, em 1999, da biografia da rainha Paula, a mulher italiana de Albert, que alegava que o rei teve um longo relacionamento fora do casamento, do qual nasceu uma filha na década de 1960.

No dia em que Albert deixou o cargo em 2013, a mãe de Delphine, baronesa Sybille de Selys Longchamps, falou publicamente pela primeira vez sobre o alegado caso com o rei numa entrevista na televisão. “Achava que não poderia ter filhos porque tinha tido uma infeção”, disse sobre o relacionamento, que se alega entre 1966 e 1984. “Não tomamos nenhuma precaução”.

“Foi um período lindo. Delphine era uma criança amorosa. Alberto não era a figura paterna, mas era muito gentil com ela”, continuou. Albert admitiu mais tarde que ele e a sua esposa tinham passado por uma crise conjugal nos anos 70, mas o rei nunca admitiu ter tido um filho fora do casamento.

Esta não é a primeira vez que a justiça analisa casos de possível paternidade fora do casamento em famílias reais europeias. Em 2015, a justiça espanhola analisou um processo de paternidade contra o rei Juan Carlos, apresentado por uma mulher que dizia ser sua filha. O caso acabou por ser arquivado, após recurso de Juan Carlos.

ZAP //

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