A justiça espanhola aceitou esta quarta-feira analisar um processo de paternidade contra o rei Juan Carlos, apresentado por uma mulher que diz ser sua filha, tornando-se no mais recente escândalo a atingir a monarquia espanhola.
Este é o primeiro processo judicial aceite contra Juan Carlos, de 77 anos, desde que em junho perdeu a imunidade, quando abdicou do trono a favor do seu filho Filipe.
O tribunal aceitou examinar o processo de paternidade apresentado por Ingrid Jeanne Sartiau, uma dona de casa belga, tendo no entanto recusado um outro caso apresentado por Alberto Sola Jimenez, um empregado de mesa espanhol que também reclama ser filho de Juan Carlos, revelou uma fonte judicial.
Tanto Ingrid Sartiau como Alberto Sola querem que Juan Carlos reconheça a paternidade, afirmando que os casos com as respetivas mães ocorreram antes mesmo de ele ser coroado rei, em 1975, recorda a France Press.
“Ele já não é inviolável e, segundo a lei, somos nós que temos razão”, disse em junho do ano passado o advogado Francesc Bueno, que representa Alberto Sola Jimenez, nascido em 1956 em Barcelona.
Apesar de reclamarem a paternidade há mais de 30 anos, só em 2012 Ingrid Sartiau e Alberto Sola avançaram em tribunal com provas de ADN.
Juan Carlos assumiu o trono depois da morte do ditador Francisco Franco, tendo abandonado a chefia do Estado espanhol apenas no passado verão.
Com 76 anos, Juan Carlos anunciou a sua abdicação, a 2 de junho, deixando o trono ao seu filho, Felipe VI, de 46 anos, coroado Rei de Espanha a 19 de Junho.
ZAP / Lusa