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Há 49 escolas com surtos ativos de covid-19

Rodrigo Antunes / Lusa

Cerca de meia centena de escolas têm surtos ativos de covid-19, avançou esta quarta-feira a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que fez um balanço positivo das primeiras semanas de aulas.

“Neste momento, estão ativos 49 surtos em escolas com 449 casos reportados“, disse Graça Freitas na habitual conferência de imprensa de atualização de informação sobre a pandemia de covid-19 em Portugal.

Nestes casos reportados, que integram creches, escolas e o ensino superior, não estão ainda todos os alunos do programa Erasmus que “têm sido bastante identificados em várias zonas do país”, ressalvou a diretora-geral da Saúde.

Graça Freitas realçou os resultados de uma sondagem da Intercampus feita para o jornal Negócios e CMTV/CM que revela que apenas 17% dos inquiridos considera que o regresso às aulas presenciais correu mal.

Para a diretora-geral da Saúde, a sondagem confirma o que as autoridades de saúde têm vindo a dizer e manifesta a confiança dos portugueses. “As pessoas viram este regresso à escola como um movimento seguro e positivo, atendendo a que a comunidade escolar mobiliza diariamente e regularmente 1,2 milhões de pessoas, fora as que indiretamente estão ligadas a este movimento, parece-me que de facto no início do ano letivo estas semanas que já decorreram têm um saldo bastante positivo”, salientou.

Questionada sobre se o trabalho para rever as orientações para enfrentar a pandemia nas escolas, que estava a ser feito entre a DGS e a direção dos estabelecimentos escolares, já terminou, Graça Freitas afirmou que “este é um trabalho nunca acabado”.

“A parceria entre o Ministério da Saúde e  da Educação tem décadas. Nós temos equipas de saúde escolar que acompanham o desenvolvimento dos anos letivos e, portanto, vamos continuar este trabalho”, que, adiantou, assenta em “três ordens de questões”, sendo a primeira responder através de fax às dúvidas mais frequentes dos profissionais.

“A segunda é alinhar o referencial para a Educação com os normativos que vão saindo da Direção-Geral da Saúde e a terceira é entre os dois ministérios, de trabalhar no sentido de monitorizar o número de casos, independentemente de estarem ou não integrados em surtos”, disse Graça Freitas.

DGS apela a empregadores e escolas para receberem sem medo doentes com alta

A diretora-geral da Saúde apelou ainda aos empregadores e às escolas para que recebam “sem nenhum receio” os funcionários e os alunos que tiveram a declaração médica de alta clínica de covid-19 porque “estão aptos a voltar”.

Até agora, o regresso destes doentes à escola ou ao local de trabalho estava dependente da apresentação de um teste negativo para o SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, mas a atualização da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), que reduz o período de isolamento para 10 dias, a realização de teste deixa de ser necessária.

Questionada na conferência de imprensa de atualização dos números da pandemia de covid-19 se os serviços estão a seguir esta orientação, Graça Freitas afirmou que não pode garantir à data que esteja a ser cumprida por todos, porque “há sempre um período de transição em que há doentes que estão ainda no regime anterior” em que era necessário o teste e mais dias de quarentena (14).

“Pelo menos, progressivamente os serviços vão adotando essa recomendação”, mas “a evolução natural será para os 10 dias sem necessidade de teste para os doentes com doença ligeira a moderada que não tenham tido agravamento dos seus sintomas e que estejam sem febre e sem medicação para a febre nos últimos três dias.

Segundo a diretora-geral da Saúde, esse é o critério agora internacionalmente aceite de acordo com a melhor evidência científica disponível. “Portanto, essa vai ser a tendência em todos os nossos serviços para ser adotada como critério de alta clínica e como critério determinar o isolamento clínico”, justificou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 2.229 pessoas dos 106.271 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

ZAP // Lusa

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