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Dinamarca responde a Trump: A Gronelândia não está à venda

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Mette Frederiksen, primeira-ministra da Dinamarca

O Presidente dos Estados Unidos quer comprar a Gronelândia “por razões estratégicas”. A primeira-ministra dinamarquesa já fez questão de relembrar Donald Trump que o território não está à venda.

Segundo o Expresso, as declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, aconteceram no passado domingo, em New Jersey, quando falava numa conferência de imprensa no regresso de férias a caminho da Casa Branca.

Trump explicou aos jornalistas que a ideia de comprar a Gronelândia surgiu quando “olhava para o país” e que esta aquisição seria “por razões estratégicas”, ainda que não fosse “a sua maior prioridade”.

“Essencialmente, a Dinamarca é dona da Gronelândia. Nós somos bons aliados da Dinamarca, protegemos a Dinamarca como protegemos grandes partes do mundo. Estrategicamente é interessante e nós falaremos com eles”, disse o chefe de Estado, citado pelo semanário.

“Trata-se essencialmente de um plano de imobiliário, mas pode fazer-se muita coisa”, disse ainda Trump, que tem planeada uma visita oficial a vários países europeus em setembro, entre os quais a Dinamarca.

No mesmo dia, o principal assessor económico da Casa Branca confirmou o interesse de Trump. Larry Kudlow afirmou à Fox News que não quer prever o que pode acontecer, mas chamou à Gronelândia “um lugar estratégico” com “muitos minerais valiosos”.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, já fez questão de relembrar o Presidente norte-americano que o território não está à venda. “A Gronelândia não está à venda. A Gronelândia não é dinamarquesa. A Gronelândia pertence à Gronelândia. Espero bem que isto não seja dito a sério”, afirmou ao jornal Sermitsiaq.

Os militares dos EUA operam a partir da Base Aérea de Thule, na Gronelândia, há décadas. Esta é a base mais a norte deste país e faz parte da rede militar global de radares e outros sensores de alerta para mísseis balísticos e de vigilância espacial.

A Gronelândia é um dos territórios autónomos ultramarinos do Reino da Dinamarca colonizado há três séculos. A ilha com mais de dois milhões de quilómetros quadrados (80% do território está coberto de gelo permanentemente) é habitada por 56 mil pessoas.

Em 1946, o Presidente dos EUA, Harry Truman, quis comprar a Gronelândia à Dinamarca por 100 milhões de dólares, mas a proposta foi rejeitada. Houve um precedente mais bem-sucedido quando o país adquiriu as Índias Ocidentais dinamarquesas, renomeando-as de Ilhas Virgens Americanas.

Esta não seria a primeira vez que os EUA compravam um território de outro país. Em 1867, os EUA compraram o Alasca à Rússia.

ZAP // Lusa

7 Comments

  1. Não seria a primeira vez que a Dinamarca vendia território seu aos EUA.
    Em 1917 os EUA compraram as Virgin Islands à Dinamarca por $25 milhões.
    Desta vez talvez fosse melhor fazer um referendo aos habitantes da Gronelândia primeiro…

      • Ana Isabel
        Faço minhas as suas palavras e acrescento:
        Provavelmente, até o esterco o regeitava…

      • O “referendo” a que a Ana Isabel se refere chama-se eleições. E Trump concorrerá a eleições em breve e o povo americano — e não a Ana e o Armando — é que decidirá se ocupará o lugar mais quatro anos ou não.

  2. Realmente, as Ilhas Virgens e a Gronelândia tem tudo a ver… além disso, 1917 e 2019 é
    quase igual!…
    Já há muito que se fala numa possível independência da Dinamarca e, iam agora regredir e integrar os EUA?
    Tá bonito…

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