A Grécia recusa tornar-se no “Líbano da Europa” e manter no seu território milhões de migrantes e refugiados, afirmou esta quinta-feira o ministro das Migrações grego.
Em declarações antes de uma reunião de ministros europeus da Justiça e do Interior em Bruxelas, Yannis Mouzalas criticou o que chamou de “ações unilaterais” tomadas por outros países da União Europeia que estão a afetar o seu país.
“Um grande número de países aqui reunido tentará discutir como lidar com uma crise humanitária na Grécia que eles próprios tencionam criar”, denunciou.
O ministro reforçou que “a Grécia não aceitará ações unilaterais” e que também as pode tomar. Yannis Mouzalas criticou particularmente os países dos Balcãs, que na quarta-feira acordaram uma série de medidas de controlo de fronteiras que afetam a Grécia.
“A Grécia não aceitará tornar-se o Líbano da Europa, um armazém de pessoas, mesmo com fundos europeus”, declarou.
Estima-se que mais de quatro milhões de pessoas tenham deixado a Síria desde que a guerra civil começou, em 2011.
De acordo com as Nações Unidas, apenas no Líbano estão concentrados mais de um milhão de refugiados sírios, correspondente a um quarto da população total do país – o maior rácio de refugiados por habitante do mundo.
A Turquia é o país que acolhe o maior número de refugiados da guerra da Síria, afirmando que já abriga 2,7 milhões.
Já a Grécia é o principal ponto de entrada de migrantes na União Europeia, a maior parte deles atravessando o Mar Egeu para chegar às ilhas gregas.
Atenas tem sido atacada por alegadamente deixar passar os migrantes para o resto da Europa, mas criticou a resposta dos parceiros europeus à crise.
ZAP
Crise dos Refugiados
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