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Governo quer salvar a TAP (mas empresa “não pode ser maior que as necessidades”)

José Sena Goulão / Lusa

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse esta terça-feira que o Governo quer salvar a TAP, mas lembrou que a companhia aérea “não pode ser maior do que as necessidades”, para “ser economicamente viável”.

“Nós queremos salvar a TAP, porque ela é importante para o país, [mas] não podemos ter uma TAP excessivamente maior do que as necessidades do que o país e economia hoje podem comportar”, defendeu.

Em declarações aos jornalistas, em Mondim de Basto (distrito de Vila Real), à margem da inauguração de uma nova ligação rodoviária entre aquele concelho e o município vizinho de Celorico de Basto (Braga), o governante recordou que o país vive “um contexto de elevada incerteza”, no qual “foi pedido um esforço a todos os portugueses para salvar a TAP”.

Pedro Nuno Santos acentuou que não se pode “manter uma dimensão artificial, uma dimensão que não é economicamente viável”, frisando ser esse o trabalho que o Governo está a fazer.

“O plano de reestruturação está a ser elaborado. Toda a gente está a ser ouvida para nós conseguirmos chegar a uma solução que nos ofereça viabilidade para uma companhia aérea que dá um contributo muito importante à economia nacional, que nós não podíamos desperdiçar e exigiu um esforço do Estado e de todos os portugueses”, disse, quando questionado sobre a redução do quadro de trabalhadores, no contexto de reestruturação da empresa.

O ministro insistiu que é preciso “uma dimensão mínima ótima para que o modelo de negócio da TAP seja de facto viável”.

“Esse patamar mínimo, que está a ser trabalhado, determinará as necessidades. O que toda a gente compreende é que nós estamos a viver uma situação de grande dificuldade para a economia como um todo, em particular para o setor da aviação”, reforçou.

O ministro informou, por outro lado, que está a decorrer o processo de seleção da consultora internacional à qual caberá a tarefa de escolher o futuro presidente executivo (CEO) da companhia.

“A Parpública está a concluir um processo de seleção da empresa e depois a empresa fará esse trabalho. De qualquer forma, até ao final do mês, nós já temos um novo CEO que se chama Ramiro Sequeira, que é um grande quadro português da TAP”, realçou.

Em julho, Pedro Nuno Santos tinha anunciado que a TAP iria contratar uma consultora de recursos humanos para fazer a avaliação dos gestores da empresa, para “apoiar” o processo de reestruturação.

Questionado esta terça-feira sobre se o antigo CEO da companhia, Antonoaldo Neves, ainda está na empresa, respondeu: “O antigo ainda se encontra lá, espero que não por muito mais tempo”.

Depois de várias rondas negociais, TAP e Estado chegaram a acordo e teve o caminho livre para a compra das participações sociais, direitos económicos e prestações acessórias de David Neeleman e da Azul, pagando 55 milhões de euros. Humberto Pedrosa mantém-se na companhia, com 22,5%. O negócio concretiza a posição de 72,5% do Estado na TAP.

No seguimento da aprovação pela Comissão Europeia de um auxílio estatal à TAP, o grupo aéreo procedeu a uma consulta no mercado para selecionar uma entidade que preste serviços de consultoria, no sentido de auxiliar na elaboração de um plano de reestruturação, a apresentar à Comissão Europeia.

ZAP // Lusa

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