Além da TAP, o Governo admite também nacionalizar a Efacec. A TVI sabe que esta é uma das empresas a que se referia há dias o primeiro-ministro, que admitiu o mesmo tipo de intervenção em outras empresas estratégicas para o país.
O Governo está a ponderar nacionalizar a Efacec. A notícia é avançada esta sexta-feira pela TVI, que garante que esta é uma das soluções em cima da mesa para a empresa, que está a passar por graves problemas de tesouraria.
As dificuldades da empresa foram agravadas após o surgimento do Luanda Leaks, caso que envolve a empresária angolana Isabel dos Santos, que levou a filha do antigo presidente angolano a colocar à venda a sua participação de 67% — entretanto alvo de arresto pela Justiça portuguesa no âmbito da investigação a alegados atos de corrupção, desvio de fundos e branqueamento de capitais.
Segundo garante a TVI, quando há dias o primeiro-ministro António Costa admitiu a possibilidade de nacionalização de empresas consideradas estratégicas para o país, estariam em cima da mesa empresas como a TAP e a Efacec.
A empresa tecnológica, que fornece soluções de engenharia na área da energia, nomeadamente energia solar, sendo considerada por isso um ativo estratégico para o país, tem cerca de 2600 postos de trabalho do grupo, na sua maioria trabalhadores com elevado grau de formação e especialização.
Em janeiro, a Efacec tinha anunciado a saída de Isabel dos Santos do capital da empresa, “o negócio mais vulnerável” da empresária em Portugal. Em comunicado, o Conselho de Administração da Efacec Power Solutions referiu na altura que Isabel dos Santos informou o órgão que “decidiu sair da estrutura accionista” do grupo, “com efeitos definitivos“.
Mas apesar de várias manifestações de interesse na aquisição da participação de Isabel dos Santos na Efacec, a venda da participação da empresária angolana não se concretizou. Além dos 67,2% de Isabel dos Santos, o restante capital da empresa é repartido por dois acionistas, a Têxtil Manuel Gonçalves e o grupo José de Mello, através da MGI Capital.
Além da nacionalização, que o governo considera uma “medida extrema”, tem também sido avançada a possibilidade de os bancos credores da empresa, onde se contam a Caixa Geral de Depósitos, Novo Banco, EuroBic, Banco Montepio e BCP, avançarem para a conversão de créditos em capital social da empresa.
Arguida em Angola por suspeitas de desvio de fundos públicos, Isabel dos Santos está a ser investigada em, pelo menos, nove processos em Portugal. Considerada a mulher mais rica de África, a empresária acusa a justiça angolana de “ignorar os direitos de defesa que são a base fundamental de qualquer sistema de justiça credível”.
Além da Efacec e do EuroBic, Isabel dos Santos tem ainda participações minoritárias nas empresas portuguesas NOS e Galp.
A Belinha devia ser expropriada de todos os bens em Portugal a preços de saldo e as indemnizações deviam ser pagas ao povo angolado.