O Governo português nomeou o segundo classificado do concurso para o cargo de procurador europeu, contrariando a decisão de um júri internacional selecionado pela Comissão Europeia, avança esta quinta-feira a RTP.
O júri de Bruxelas entendeu que Ana Mendes Almeida era a candidata do concurso mais qualificada para desempenhar o cargo de Procurador de Portugal na Europa, mas o Executivo português decidiu nomear o segundo classificado, José Guerra.
José Guerra desempenhará o cargo durante três anos.
Ana Mendes Almeida, recorda a emissora pública, é atualmente coordenadora das investigações do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), debruçando-se sobre operações financeiras com fundos oriundos da Europa.
Recentemente, ficou mais conhecida depois de ter ordenado buscas no Ministério da Administração Interna (MAI) por suspeitas de corrupção.
Um dos casos visados foi o das golas anti-fumo, que veio a público pouco antes das eleições legislativas de outubro e culminou na demissão de José Artur Neves, à época secretário de Estado da Proteção Civil e agora arguido neste processo.
José Guerra trabalha atualmente no Eurojust (agência da União Europeia) e, segundo a RTP, trabalhou com a atual ministra da justiça, Francisca Van Dunem, no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
A RTP tentou, sem sucesso, obter mais esclarecimentos do Governo português.
Além de Portugal, só a Bélgica e a Bulgária não seguiram a decisão do júri internacional, nomeando para o cargo um candidato que não ficou em primeiro lugar no concurso.