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Governo diz que “não é este o momento” para falar do aumento do salário mínimo

André Kosters / Lusa

As centrais sindicais abordaram esta quarta-feira na reunião da Concertação Social o aumento do salário mínimo em 2021, mas a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera não ser este ainda o momento para se avaliar e discutir valores

Apesar de o tema do aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) não constar da agenda da reunião da Concertação Social desta quarta-feira, os líderes da UGT e da CGTP colocaram-no em cima da mesa, sublinhando a necessidade de a remuneração mínima ser reforçada em 2021.

A UGT, segundo adiantou Carlos Silva, vai propor ao seu Secretariado Nacional, uma proposta de aumento de pelo menos 35 euros e a CGTP reitera a proposta de que chegue aos 850 euros num curto espaço de tempo.

No final da reunião e questionada sobre o aumento do SMN em 2021, a ministra Ana Mendes Godinho não se alongou sobre o tema referindo que este não é o momento para avaliar e discutir valores, remetendo esta discussão para os “próximos tempos”.

Não é este o momento para avaliarmos e discutirmos valores. Será no espaço da Concertação Social que essa matéria será debatida” referiu, precisando que a discussão dependerá “também da evolução da situação económica e social”, assumindo a “importância crucial que a Concertação Social e o diálogo social tem neste momento no país”.

Numa segunda resposta sobre o SMN, Ana Mendes Godinho repetiu não ser esta a fase para tratar desta matéria, que será discutida em sede de Concertação Social “nos próximos tempos.

Fórum para a Competitividade não quer aumento

O Fórum para a Competitividade considera que o salário mínimo não deve subir, de acordo com o semnário Expresso.

Na sua nota de conjuntura, referente a agosto, os responsáveis referem que “a subida da taxa de desemprego acima dos 7% deveria desencadear uma interrupção automática da subida extraordinária do salário mínimo”.

“Por um lado, a taxa de inflação está praticamente a zero e, por outro, o setor com a maior percentagem de trabalhadores com salário mínimo, o do alojamento e restauração, é o que mais tem sofrido com a pandemia”.

Segundo os responsáveis, aumentar o salário mínimo “pode trazer mais desemprego e falências”. Para o Fórum da Competitividade, o Estado dar apoio direto a estes trabalhadores seria uma alternativa mais prudente.

Na semana passada, o primeiro-ministro António Costa continuou a defender uma subida do salário mínimo, mas avisou que esta não poderá ter “a dimensão que teve no passado”. O Governo deixou cair a promessa de aumentos de 1,1% para todos os funcionários, priorizando a contratação de mais pessoal, mas assegurando a subida do salário mínimo nacional (SMN).

ZAP // Lusa

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