O Governo, “enquanto titular da posição acionista do Estado, atuará em conformidade com a proposta” do Conselho Geral Independente (CGI), que propôs a destituição da administração da RTP, segundo um comunicado do gabinete do ministro-adjunto, Miguel Poiares Maduro.
Esta nota do ministro da tutela, Miguel Poiares Maduro, surge depois de o CGI ter anunciado que tinha proposto ao Estado, enquanto acionista da RTP, que, em Assembleia Geral convocada para o efeito, “proceda à destituição do Conselho de Administração” da empresa.
O anúncio da destituição é o culminar de um ‘braço-de-ferro’ entre o CGI e administração da RTP e acontece um dia depois da equipa liderada por Alberto da Ponte ter afirmado que iria continuar a exercer o seu mandato na defesa exclusiva dos interesses da empresa e que pretendia “continuar a cooperar” com o órgão de supervisão.
Na segunda-feira, o CGI anunciou o ‘chumbo’, pela segunda vez, do projeto estratégico apresentado pela administração da RTP, acusando-a ainda de ter violado o princípio da lealdade institucional e o dever de colaboração com o órgão supervisor, por não ter informado sobre os direitos da Liga dos Campeões de futebol, uma vez que considerava que o assunto também é de “natureza estratégica”.
O mandato da administração de Alberto da Ponte termina em setembro de 2015.
A administração da RTP, que iniciou funções a 18 de setembro de 2012, é composta por Alberto da Ponte, António Beato Teixeira e Luiana Nunes, esta última reconduzida da equipa anterior, liderada por Guilherme Costa.
O Conselho de Administração foi nomeado pelo anterior ministro da tutela, Miguel Relvas.
Em 2012, Alberto da Ponte deixou o cargo de presidente da Sociedade Central de Cervejas (SCC), a qual liderou durante oito anos, tendo rumado à Holanda para assumir funções na Heineken.
A nomeação de Alberto da Ponte para a administração da RTP aconteceu depois de o presidente anterior, Guilherme Costa, ter apresentado a sua demissão do cargo, quando o antigo consultor do Governo para as privatizações, António Borges, anunciou que havia uma proposta em cima da mesa para a concessão da empresa a privados, numa altura em que havia a indicação da privatização de um canal.
A ideia de alienar um canal da RTP acabaria por ser abandonada em janeiro do ano seguinte.
/Lusa
Demita-se antes o Poiares Maduro e deixe a administração fazer o seu papel.
Até que enfim que um governo supervisiona os gastos astronómicos de uma empresa pública. Afinal de contas esses gastos são pagos com o dinheiro dos nossos impostos. Não é ético nem moral que o governo nos esprema como limões para com o dinheiro que nos saca pagar os desvarios dos gestores das empresas públicas.
Autonomia de gestão deve implicar responsabilidade e aí sim deve-se deixar os gestores fazerem o seu papel quando eles assumirem os prejuízos que causam.