Governo cria gabinete de segurança na saúde para problemas de violência contra profissionais

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Miguel A. Lopes / Lusa

O Governo vai criar um gabinete de segurança na saúde, na dependência do gabinete da ministra da Saúde, para ter uma abordagem mais sistemática dos problemas da violência contra os profissionais de saúde.

O gabinete, que entra já em vigor, é “uma estrutura que encontra paralelo naquilo que já existe no Ministério da Educação para a saúde escolar e que terá uma função de apoio técnico ao Ministério da Saúde nesta área para que possamos ter uma abordagem mais sistemática dos problemas da violência contra os profissionais de saúde”, disse a ministra da Saúde, Marta Temido, no final de uma reunião com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Segundo Eduardo Cabrita, o oficial de segurança irá coordenar a avaliação das “áreas de maior risco”, já identificadas, e irá proceder também “à avaliação das características físicas numa perspetiva de segurança de algumas instalações de saúde, fundamentalmente de hospitais e, se necessário, de centros de saúde para que sejas dadas as recomendações adequadas que permitam melhorar as condições de segurança dos profissionais e dos utentes do Serviço Nacional de Saúde”.

Marta Temido disse esperar que, com esta estrutura, se consiga ter “intervenções mais pró-ativas de formação dos profissionais de saúde para lidar com episódios deste tipo” e “um diagnóstico daquilo que sejam as eventuais insuficiências ou falhas” das instalações físicas em termos de proteção de quem nelas trabalha.

Espera ainda que permita ter também “o aconselhamento em estratégias preventivas e de instituição de uma cultura de não tolerância face às ações de violência contra os profissionais de saúde para garantir que estão a trabalhar em segurança”.

 

O objetivo é que os profissionais de saúde não sejam vítimas de “nenhum tipo de agressão, seja física ou verbal”, sublinhou Marta Temido.

A reunião entre os dois ministros, que decorreu no Ministério da Administração Interna (MAI) e demorou cerca de uma hora, teve como objetivo analisar os episódios recentes de violência e estudar novas medidas para garantir a melhoria da segurança de todos os profissionais que trabalham nas unidades de saúde.

Recentemente, foram divulgados três casos de agressão a profissionais de saúde. Num primeiro caso, uma médica foi atacada por uma utente no serviço de urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal. A agressora entrou no gabinete, puxou os cabelos da médica e enfiou-lhe um dedo no olho. A profissional de saúde teve de ser transferida para Lisboa, onde foi sujeita a uma pequena cirurgia no Hospital de São José.

Dias depois, um casal de médicos foi atacado no mesmo hospital por um sexagenário que terá sequestrado ambos no interior do gabinete, onde os agrediu com cadeiras e uma mesa. O médico terá entrado num confronto físico com o paciente e foi necessário que um agente da PSP arrombasse a porta para forçar a entrada e travar a agressão. No mesmo dia, um médico foi agredido no Centro de Saúde de Moscavide, em Loures, depois de ter recusado passar baixa a um paciente de 20 anos.

De acordo com dados do Governo divulgados na segunda-feira, quase mil casos de violência contra profissionais de saúde no local de trabalho foram reportados até ao final de setembro de 2019.

Os dados disponíveis indicam que nos primeiros nove meses de 2019 foram reportados 995 casos na plataforma criada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), envolvendo vários grupos profissionais, segundo um comunicado conjunto dos ministérios da Administração Interna e da Saúde divulgado na segunda-feira. Em 2018, foram comunicados 953 casos, refere o comunicado, adiantando que “as injúrias são o principal tipo de notificação, representando cerca de 80% do total”

// Lusa

 

1 Comment

  1. Agora digam lá a nacionalidade, “cor” desses infratores! Digam lá. Vamos ver se isso tem a ver com o fato de estarem trazendo imigrantes ilegais para cá, ou aqueles que fogem e são recolhidos cá pra inchar os votos dos partidos vermelhos mais tarde. Também estão malucos de deixar médicos e profissionais de saúde intocáveis. não tem que deixa-los completamente intocados de agressões e xingamentos, pois em bastantes casos eles MERECEM porque fazem maldades as pessoas vulneráveis nos hospitais, e a maldade maior que fazem são sorrateiros casos de negligência. Negligências tão comuns, mas que recentemente tem noticiado, como o DJ com leucemia e a menina que morreu de ruptura no baço.
    Intocáveis não. Ninguém tem o direito de não levar umas tampas e bocas se faz aquilo que é mal.

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