Governo cria comissão para comemorar o 25 de Novembro, “a data que salvou a democracia em Portugal”

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António Cotrim / Lusa

Uma mão a segurar um cravo na Assembleia da República, durante as cerimónias do 25 de Abril

O Governo vai criar uma comissão para as comemorações do 25 de Novembro. O anúncio foi feito, este domingo, pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.

25 de novembro: a data que divide esquerda e direita.

Se em outubro do ano passado, o anterior Governo [de esquerda] tinha anunciado que a operação de 25 de Novembro de 1975 ficaria fora das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril; agora, o novo Governo [de direita] anunciou uma comissão para as comemorações dessa data.

A divulgação foi feita, este domingo, por parte do ministro da Defesa Nacional e presidente do CDS-PP e ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.

“Concertei com o senhor primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, que no âmbito da Defesa e do Governo, criaremos uma comissão para umas comemorações devidas, nacionais, dos 50 anos do 25 de novembro”, afirmou.

Nuno Melo fez este anúncio durante o discurso de encerramento do 31.º Congresso do CDS-PP – que terminou hoje em Viseu, com a eleição dos novos órgãos nacionais, e que o reelegeu como líder do partido.

O líder centrista quer que esta comemoração seja “plural e justa, feita de militares e feita de civis”, e considerou que se trata de uma questão de justiça.

“Em 2024 celebraremos os 50 anos do 25 de Abril, Em 2025, devemos celebrar – e não esquecer – os 50 anos do 25 de Novembro”, considerou.

Lembrando que o CDS-PP celebra “todo os anos” esta data e é algo “quase identitário” para o partido, Nuno Melo descreveu o 25 de Novembro como um “movimento militar que salvou a democracia em Portugal”.

O presidente do CDS-PP citou também o antigo Presidente da República, António Ramalho Eanes, que defendeu que o “25 de Novembro foi a continuação do 25 de Abril” para afirmar: “é rigorosamente o que pensamos no CDS há 49 anos”.

Na semana passada, Ramalho Eanes – que preside Comissão Nacional das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril – lamentou que ainda existam “preconceitos por ultrapassar” quanto à nossa História recente, nomeadamente no que se refere ao 25 de Novembro.

“O esquecimento do 25 de Novembro não ajuda a democracia, porque a História não se apaga e é regressando à História, não endémica e nostalgicamente, que aprendemos a evitar erros futuros“, destacou o antigo Chefe de Estado.

A crise de 25 de Novembro de 1975 é um dos episódios mais controversos da história portuguesa. Esquerda e direita mantêm divergências quanto ao que aconteceu de facto nessa altura, e quanto à comemoração ou não da data.

O que aconteceu, afinal, no 25 de novembro?

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. 25 de novembro?? Porquê?
    Porque não 28 de Maio?
    Esse sim, assenta-lhes que nem uma luva, e está mais próximo… ao outro, correm o risco de nem chegarem…

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  2. Toda a gente sabe que o 25 de Abril foi feito pelos capitães em desacordo com promoções e carreiras entre os do quadro e os milicianos. A seguir entregaram o poder a uma junta que tinha Spínola à frente. Muita da esquerdalha queria em Portugal uma ditadura como em Cuba, URRS, Coreia no Norte a muitas outras. Ditaduras que, a meu ver, muito mais terríveis e anacrónicas que a do Salazar. O país está mal mas se uma dessas ditaduras cá tivesse existido é que havia de ser bonito, Mas a esquerda continuou a desgovernar e a roubar a quem trabalha para dar àqueles que nada fazem. Uma economia sempre anémica e o País a continuar e cada vez mais na cauda da Europa. Em Portugal não se pode ser empresário, patrão ou senhorio. É tudo gente para abater. Veja-se o que aconteceu à CUF, à Lisnave, à Setnave, à Companhia Colonial de Navegação; à Sorefame e a tantas outras.

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  3. “Momentos fracturantes não se comemoram, recordam-se”, diz Eanes sobre o 25 de Novembro
    “O 25 de Novembro foi um momento fracturante e eu entendo que os momentos fracturantes não se comemoram; recordam-se e recordam-se apenas para reflectir sobre eles”.
    Palavras de Ramalho Eanes em Novembro de 2015
    É óbvio que os fascistas de direita / extrema-direita, saudosistas do “botas salazóide” aproveitam todos os momentos Inclusivé as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, para afrontar a democracia, mas na memória e vontade dos verdadeiros democratas de esquerda, a reacção não passará !!!
    Pena é que os bétinhos do comício do “Palácio de Cristal”, não tenham sido travados de vez nessa altura …

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