Chicão contra “clubinho privado” anti-renovação – e admite sair do CDS

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CDS-PP / Facebook

Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS-PP, com um cocktail

Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS-PP

O ex-líder do CDS Francisco Rodrigues dos Santos admite abandonar o partido, criticando o “clubinho privado de portas fechadas à renovação”. Nuno Melo foi, este domingo, reeleito presidente do partido com 89,3% dos votos.

Longe do 31.º congresso do CDS-PP – que decorreu este fim-de-semana em Viseu e reelegeu Nuno Melo como líder dos centristas – Francisco Rodrigues dos Santos admitiu desfiliar-se do partido que liderou entre 2020 e 2022.

Esta posição foi defendida pelo anterior líder dos centristas num painel de comentário na CNN Portugal.

“Eu confesso que estou a testar os meus limites para conseguir sustentar a minha filiação no partido, não sei se conseguirei, por isso esta auto-reflexão impunha-se com um distanciamento importante para decisões mais definitivas”, salientou.

Francisco Rodrigues dos Santos apontou “pontos fracos” à liderança de Nuno Melo, considerando que “existe uma perceção generalizada que o CDS se transformou num clubinho privado de portas fechadas à renovação”, criticou.

Chicão teme que CDS se torne “museu”

Para o antigo líder, o CDS “deve assumir-se como um partido de futuro e a renovação em qualquer organismo é fundamental para assegurar a integridade física e vital de qualquer instituto”.

“As instituições que vivem quer de quadros antigos, quer de História, não são partidos políticos, são museus, e esta perceção o CDS tem que conseguir combater”, apelou.

O centrista frisou que o partido “é democrata-cristão e não democrata-ancião” e considerou que “deve relançar-se e ter capacidade de apresentar novos protagonistas ao país”.

“Ouvi hoje o presidente do CDS dizer que o CDS tem que afinar o discurso para as mulheres e para os jovens. A média de idades dos representantes políticos nos órgãos de soberania do CDS é de 58 anos e tem zero mulheres”, lamentou.

Francisco Rodrigues dos Santos mencionou ainda “a competitividade do CDS à direita” como um ponto fraco.

“Creio que muitos portugueses se perguntam qual é a assinatura do CDS neste programa de Governo e já antes qual tinha sido o seu impacto no programa eleitoral da Aliança Democrática. O CDS nunca negociou lugares sempre quis impor valores, ideias e projetos políticos ao país. Hoje essas bandeiras cabe que sejam afirmadas de forma inequívoca e clara no seio da governação”, considerou.

O CDS-PP perdeu representação parlamentar pela primeira vez na sua história nas legislativas de 2022, altura em que Francisco Rodrigues dos Santos era líder e se demitiu na sequência desse resultado eleitoral.

Na opinião do anterior líder, com este regresso, os centristas têm agora a sua “bala de prata”, com deputados e governantes, tendo a possibilidade de “verdadeiramente influenciar a governação”.

“Talvez haja algum equívoco”, diz Nuno Melo

Este domingo, à entrada para o 31.º Congresso do CDS-PP, Nuno Melo foi questionado sobre as críticas de Francisco Rodrigues dos Santos.

Perante a insistência dos jornalistas sobre as críticas de falta de renovação, o presidente do CDS-PP disse que não reagia, e acrescentou de seguida: “A grande beleza da democracia está na liberdade de opinião e eu respeito todas”.

“No mais, gostava apenas de dizer que talvez haja algum equívoco. Olhando para as listas vejo muita renovação e vejo muitas mulheres, vejo até pessoas com créditos firmados na sociedade portuguesa, em todas as áreas setoriais, e por isso haverá um equívoco”, respondeu.

Interrogado sobre a lista que levou a votos para a sua Comissão Política Nacional, que é de continuidade, Melo respondeu que “tem vários novos nomes, mulheres, e quadros de grande qualidade” e que “foi alargada”.

Nuno Melo foi reeleito presidente do CDS-PP, com a sua Comissão Política Nacional a obter 89,3% dos votos dos delegados ao 31.º congresso do partido.

Nuno Melo mantém Álvaro Castello-Branco, Telmo Correia, Paulo Núncio, Ana Clara Birrento, Diogo Moura, João Varandas Fernandes e Maria Luísa Aldim nas vice-presidências.

Numa lista de continuidade, Pedro Morais Soares mantém-se como secretário-geral.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Nem os da família aguentam o caruncho, o fedor a mofo, a asfixia das janelas e portas fechadas.
    Retrocesso puro e duro, até no próprio conservadorismo.
    Vida de grilo e que os ciclos se cumpram, são os desejos de quem os quer…pelas costas.

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